Ferreira, Maitê Costa

Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Estudo exploratório do desempenho cognitivo de mulheres com fibromialgia com baixo e alto níveis de catastrofização à dor

Lume 5.8

Evento Salão UFRGS 2019: SIC - XXXI SALÃO DE INICIAÇÃOCIENTÍFICA DA UFRGSAno 2019Local Campus do Vale - UFRGSTítulo Estudo exploratório do desempenho cognitivo de mulherescom fibromialgia com baixo e alto níveis de catastrofização àdorAutor MAITÊ COSTA FERREIRAOrientador WOLNEI CAUMOTítulo: Estudo exploratório do desempenho cognitivo de mulheres com fibromialgia com baixo e alto níveis de catastrofização à dor Autor: Maitê Costa Ferreira. Orientador: Wolnei Caumo. Instituição: UFRGS/FAPERGS Introdução: A fibromialgia (FM) é uma síndrome de dor crônica complexa relacionada a alterações do funcionamento do sistema nervoso central, o que implica em disfunção cognitiva associada, além de comprometimento funcional e emocional (fenômeno de catastrofização à dor). Estudos prévios já demonstraram por meio de testagem cognitiva objetiva que tal disfunção cognitiva causa um prejuízo global na função executiva de indivíduos com FM, na medida em que afeta os aspectos de fluência verbal, memória de trabalho, atenção, flexibilidade cognitiva e velocidade de processamento. Entretanto, se mostra necessário estabelecer uma correlação deste comprometimento cognitivo com os parâmetros clínicos da FM. Objetivo: Comparar o desempenho cognitivo em testes de fluência verbal, memória de trabalho, atenção sustentada e flexibilidade cognitiva entre mulheres com FM com níveis baixos e níveis altos de catastrofização à dor e testar correlações entre o desempenho nos testes cognitivos e os parâmetros clínicos de severidade da dor e impacto funcional da dor. Método: Estudo transversal exploratório, em que participaram 38 mulheres com FM (idade média = 49,26; DP=8,29), destras e alfabetizadas, selecionadas a partir da comunidade e do ambulatório do Hospital de Clínicas de Porto Alegre. As funções executivas avaliadas foram: memória de trabalho, pelo teste Dígitos Ordem Direta (OD) e Ordem Inversa (OI); fluência verbal baseada em um critério, pelo Teste Oral de Associação Controlada de Palavras (COWAT) Ortográfico e Semântico; e atenção sustentada e flexibilidade cognitiva pelo Teste das Trilhas (TMT) parte A e parte B. Os parâmetros clínicos avaliados foram catastrofização pela Escala de Catastrofização à Dor (B:PCS), severidade da dor pela Escala Funcional de Dor (B-PCP:S) e impacto funcional da dor pelo Questionário de Impacto da Fibromialgia (FIQ). Dada a conhecida influência da escolaridade no desempenho nos testes cognitivos, foram aplicados modelos de Equações de Estimativa Generalizadas (GEE) considerando anos de estudo como covariável. A amostra foi dividida conforme escore nas subescalas da B:PCS (níveis baixos ou altos de Ruminação, Magnificação e Desesperança). Os resultados dos testes cognitivos foram considerados como desfechos. Além disso, correlações de Spearman foram feitas entre os escores cognitivos e a severidade e impacto funcional da dor. Resultados: A escolaridade (em anos de estudo) teve efeito significativo no desempenho em todos os modelos analisados (p<0,050). Participantes com maior pontuação na subescala Desesperança da B:PCS tiveram pior desempenho na fluência verbal com critério semântico (p=0,001) e também pior desempenho nas partes A e B do TMT (p=0,040 e p=0,021, respectivamente), indicando maior dificuldade de atenção e menor velocidade de processamento. Além disso, melhor desempenho no teste de fluência verbal semântica se correlacionou com menor severidade da dor nos últimos 6 meses (p=0,353; p=0,047) e menor impacto funcional da dor (p=0,352; p=0,048). De modo semelhante, melhor desempenho na parte B do TMT se correlacionou com menor severidade da dor (p=0,393; p=0,029) e uma tendência a menor impacto funcional da dor (ρ=0,354; P=0,050). Não houve diferenças no perfil cognitivo de pacientes com baixo ou alto nível de Magnificação ou Ruminação. Conclusões: A catastrofização à dor e um perfil mais severo de dor está associada a prejuízo do funcionamento cognitivo em indivíduos com FM. Estes achados sugerem que o treinamento cognitivo e intervenções voltadas a melhora desta função sejam parte essencial do tratamento desta síndrome, sobretudo nos indivíduos com sintomas mais severos. 

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https://lume.ufrgs.br/bitstream/10183/208723/1/Resumo_64130.pdf

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