Introdução: Diversos fatores como idade, limitação nas atividades de vida diária, situação mental, ausência de suportes sociais, condições precárias de saúde, distúrbios de comportamento, necessidade de reabilitação, falta de recursos financeiros e abandono da família determinam a institucionalização do idoso. Nesse contexto, com a perda de sua autonomia e independência, essa fase da vida torna-se a mais vulnerável, podendo gerar diversos quadros depressivos. Nesse sentido, a necessidade da atuação da comunidade no convívio social mostra-se um caminho atraente para a melhora da qualidade de vida dessas pessoas. Objetivo: Relatar a experiência de estudantes de medicina no desenvolvimento psicoafetivo por meio de visitas continuadas a uma idosa residente de ILPI. Relato de experiência: A Liga de Neurociências da UniEVANGÉLICA (LANU) e o Projeto de Extensão Encantare, ambos do curso de medicina da UniEVANGÉLICA, programaram visitas continuadas dos estudantes ao Abrigo Evangélico Jesus Cristo é o Senhor para o desenvolvimento psicoafetivo e prevenção de sintomas depressivos em idosos. Na primeira visita, escolhemos uma idosa com predisposição ao transtorno depressivo, cadeirante, em polifarmácia, silenciosa e de olhar vago. Tentamos conversar, porém as respostas eram objetivas, impossibilitando o desenvolvimento de um diálogo longo. Retornamos quinze dias depois e a procuramos novamente, mas ela não havia recebido visitas familiares naquela semana e estava sentindo-se muito rejeitada, recusando-se a conversar naquele momento. Contudo, no mesmo dia, pouco tempo depois, fomos chamá-la para jogar cartas. Ela aceitou rapidamente, mostrando para nós que aquilo era prazeroso. Na terceira visita, ela já nos esperava, contando-nos seus medos, pesares e alegrias da semana. Na quarta vez, quando chegamos, vimos que ela já estava sorrindo e conversando com outra idosa. Discussão: Observou-se um claro desenvolvimento psicoafetivo na paciente em questão. Inicialmente, ela se demonstrava reservada, calada e triste, sendo impossível um primeiro diálogo para conhecê-la melhor. A cada contato, percebeu-se o desenvolvimento social dessa idosa, que passou a relacionar-se com os outros idosos da ILPI e a sorrir, com o seu olhar expressando alegria. Conclusão: Houve melhoria da qualidade de vida, desenvolvimento psicoafetivo e uma mudança holística dessa paciente, envolvendo seu humor e seu comportamento. Dessa forma, visitas continuadas a ILPIs tem grande potencial de mudança na vida dos idosos residentes. Os estudantes, a partir dessa oportunidade, aprovaram a experiência do cuidado humano e empático de pessoas nessa faixa etária e perceberam o quanto as mudanças dessa fase da vida são sensíveis, em se tratando de carinho e afeto