Perceção da Qualidade de Vida numa amostra de pessoas diagnosticadas com Diabetes Mellitus

Abstract

Objetivo: A presente dissertação insere-se no âmbito do Projeto CRON/PFT 2014, que pretende contribuir para o desenvolvimento de conhecimento científico capaz de basilar estratégias de intervenção na doença, através do estudo da doença crónica e saúde mental. Nesta linha de investigação, este trabalho preconizou, enquanto objetivo geral, avaliar a qualidade de vida numa amostra de pessoas diagnosticadas com Diabetes Mellitus (DM), em seguimento nas consultas de diabetologia do Centro Hospitalar Cova da Beira, E.P.E. e do Centro de Saúde da Covilhã. Introdução: Ao longo dos anos tem-se assistido ao crescente aumento da esperança média de vida. Contudo, a maior longevidade é acompanhada pelo aumento do número e prevalência de doenças crónicas, como é o caso da DM. Os cuidados diários, adaptações e mudanças nos estilos de vida, bem como os sintomas e possíveis complicações clínicas associadas, tendem a exercer um impacto significativo não apenas ao nível físico, como também psicológico, social e económico. Nesta linha, surge o interesse pela avaliação da qualidade de vida, e fatores relacionados, em pessoas que têm que conviver diariamente com as exigências impostas por esta doença crónica. Métodos: A amostra da presente investigação é constituída por 75 sujeitos, que responderam ao protocolo de avaliação composto por um questionário sociodemográfico e de informação clínica e pelos seguintes questionários de auto-resposta: World Health Organization Quality of Life – Brief, Hospital Anxiety and Depression Scale e Brief Illness Perception Questionnaire. Resultados: De um modo geral, em relação às características sociodemográficas, encontraram-se diferenças significativas entre a qualidade de vida e género, estado civil, escolaridade e situação profissional. Ao nível das características clínicas, o diagnóstico de outros problemas de saúde, a administração de insulina e a prática de exercício físico também evidenciaram diferenças ao nível da qualidade de vida percebida. No que concerne à sintomatologia psicopatológica, constatou-se que níveis de depressão exercem maior influência sobre a qualidade de vida quando comparados com os níveis de ansiedade, sendo ambos bons preditores da variância do constructo avaliado. Relativamente à avaliação das representações de doença, verificou-se que a resposta emocional apresenta uma associação negativa com a qualidade de vida, enquanto a compreensão de doença revela uma associação positiva com o constructo avaliado. Discussão/conclusão: Tendo em consideração os resultados obtidos, afigura-se essencial o desenvolvimento de intervenções interdisciplinares capazes de atuar ao nível bio-psico-social, de modo a promover o desenvolvimento de estratégias de intervenção adequadas na gestão emocional, cognitiva e comportamental da diabetes.Objective: This work is part of the scope of CRON /PFT 2014 Project, which aims to contribute to the development of scientific knowledge able to support intervention strategies on disease throught the study of chronic disease and mental health. In this line of research, this study aims to evaluate the quality of life in a sample of subjects with Diabetes Mellitus (DM), following in the diabetology consultations of Centro Hospitalar Cova da Beira, E.P.E. and Centro de Saúde da Covilhã. Introduction: Over the years there has been increasing the average of life expectancy. However, the longevity is followed by an increase of the number and prevalence of chronic diseases, such as DM. The daily care and changes in the lifestyles, as well as the symptoms and developmente of clinical complications tend to have a significant impact in a psysical, psychological, social and economic level. For this reason arises the interest of assessing the quality of life and of his related factos in people who have to live with the requirements imposed by this chronic disease. Method: The sample is composed by 75 subjects that answered to the collection protocol composed by the following questionnaires: sociodemographic and clinical information, World Health Organization Quality of Life – Brief, Hospital Anxiety and Depression Scale and Brief Illness Perception Questionnaire. Results: In general, regarding the sociodemographic characteristics, we found significant diferences between the quality of life and the gender, marital status, education and employment status. In terms of clinical features, the diagnosis of other health problems, insulin administration and physical exercise also showed diferences in the perception of quality of life. Regarding the psychophatological symptoms, it was found that depression levels have more influence on the quality of life that anxiety levels, and both were good predictors of variance in the construct. In the assessment of disease representations, it was found that the emotional response has a negative association with the quality of life, while understanding disease reveals a positive association with the target construct. Discussion/conclusion: It is important to develop interdisciplinar interventions capable of acting in a bio-psycho-social level, to promote the development of appropriate strategies in the emotional, cognitive and behavioral management of DM

    Similar works