Nesta dissertação de mestrado pretendemos demonstrar a importância do espetáculo
Electra (2010), de Olga Roriz, num contexto de apropriações contemporâneas de mitos
clássicos, ou seja, de tradição milenar. É não só interessante mas relevante ver como uma
coreógrafa conhecida pela vanguarda e força dos seus trabalhos ao nível da dança
contemporânea trabalha aqui esta figura da mitologia grega. Assim, descrevemos o conceito
de dança contemporânea por oposição à dança clássica; discorremos acerca da personagem e
da sua relação complexa com o ser humano; vimos o papel que a mulher e o género feminino
têm desempenhado ao longo dos tempos, tanto na sociedade como nas artes; indagamos
sobre a importância do mito clássico para a psicanálise, tendo em conta a relação de Electra
com o complexo conhecido mundialmente; analisámos os avatares deste mito clássico nos
nossos dias; descobrimos nesta coreografia de Olga Roriz um mundo de significações a partir
dos papéis sociais e axiológicos que lhe foram atribuídos pela artista e das diferentes opções
coreográficas para a adaptação desta personagem clássica a um espetáculo contemporâneo;
e, por fim, aferimos das idiossincrasias da Electra roriziana.This master’s degree essay intends to demonstrate the relevance of the “Electra”
theatre presentation (2010), form Olga Roriz, in a context of the modern rewriting and
appropriation of classical myths and their millennial tradition. It is both interesting and
relevant to see how a choreographer known by the strength and avant-garde approach of her
work within the contemporary dance sees this Greek mythological character. On the light of
this assumption, this essay crosses the concept of contemporary dance opposed to classical
dance, going through the character of Electra and its complex relation with humanity.
Another approach questions the role of women and the issue of gender throughout time, both
in society and in the arts as well as the importance of the classical myth to psychoanalysis
comparing Electra with the complex bearing her name. Of great importance is also the
analysis of this myth’s avatars nowadays thus finding in the choreography of Olga Roriz a
world of meanings deriving from social and axiological roles imputed by the artist and the
different choreographic options in order to adapt the classical Electra to a contemporary
performance. Lastly, the essay assesses the idiosyncrasy of Roriz’s Electra