Perante um paradigma de educação em mutação, em que os indivíduos se veem confrontados
com exigências que ultrapassam os recursos que têm disponíveis, surge a necessidade de
repensar a educação numa ótica de aprendizagem ao longo da vida, muitas vezes, como forma de ultrapassar o flagelo do desemprego. A formação pode ser encarada como um “novo começo”, em que os indivíduos são encorajados a procurar novos objetivos para as suas vidas, os quais acabarão por conferir sentido à sua existência. Perante estas considerações faz sentido questionar a realidade portuguesa e analisar o processo de desenvolvimento da resiliência no percurso educativo/formativo de adultos desempregados.
Este estudo empírico tem como objetivo analisar a resiliência em adultos pouco
escolarizados, que tenham passado por uma situação de desemprego, e que posteriormente
tenham frequentado Cursos de Educação e Formação de Adultos de nível secundário.
Participaram no estudo nove mulheres, com idades compreendidas entre os 40 e os 55 anos.
Foi desenvolvido um estudo qualitativo com recurso aos “grupos de focagem” (focus group).
As discussões foram gravadas em áudio/vídeo, tendo sido posteriormente transcritas na
íntegra. O tratamento das respostas consistiu na análise de conteúdo, de onde derivou a codificação e categorização do material.
Os resultados deste estudo indicam que a problemática dos adultos pouco escolarizados
encontra-se muitas vezes associada ao risco de exclusão, como tal, torna-se importante
analisar de que forma as ofertas de educação e formação de adultos, que têm sido
implementadas, conseguem chegar aos que aparentemente mais precisam. Este pressuposto
remete-nos para a noção de resiliência que pode ser entendida como, a realização de uma
adaptação bem sucedida por parte do indivíduo, apesar do mesmo se encontrar exposto ao risco e à adversidade. Assim os resultados sugerem que a educação e formação constitui uma importante estratégia no desenvolvimento de competências profissionais, pessoais e sociais.Against a changing educational paradigm, in which individuals are confronted with demands
that exceed the resources they have available, the need arises to rethink education in a
perspective of lifelong learning, often as a way of overcoming the scourge unemployment.
The training can be seen as a "fresh start", in which individuals are encouraged to seek new
goals for their lives, which will ultimately give meaning to their existence. Given these
considerations makes sense to question the Portuguese reality and analyze the process of
development of resilience in the course educational/training for unemployed adults.
This empirical study aims at examining resilience in adults with little education, who have
experienced a situation of unemployment, and subsequently have attended Education and
Adult Education at the secondary level. Nine women participated in the study, aged between
40 and 55 years. We developed a qualitative study using the "focus groups" (focus group). The
discussions were audio/video, and was later transcribed. The treatment consisted of
responses on content analysis, from which derived the coding and categorization of the
material.
The results of this study indicate that the problem of adults with little schooling is often
associated with risk of exclusion, as such, it becomes important to analyze how the supply of
education and training of adults, that have been implemented, can reach those who
apparently need it most. This assumption leads us to the notion of resilience can be
understood as the realization of successful adaptation by the individual, although the same is
exposed to risk and adversity. Thus the results suggest that education and training is an
important strategy in the development of professional skills, personal and social