A cirurgia da catarata tem vindo a evoluir ao longo dos anos, tendo sido realizado o primeiro implante de uma lente intra-ocular em 1949. Desde então, várias técnicas foram utilizadas e descontinuadas devido a insucessos. Actualmente é utilizada a técnica de facoemulsificação. Tal como a técnica cirúrgica a lente implantada também tem vindo a evoluir, tanto a nível do material como a nível de design. Com as evoluções, tanto a nível de técnica cirúrgica como a nível de forma e material das lentes o número de sucessos é cada vez maior. Existem vários tipos de LIO: LIO monofocais, multifocais refractivas e multifocais difractivas.
Antes da cirurgia é importante fazer uma análise da história clínica de cada paciente, ver as indicações e contra-indicações, fazer as medidas biométricas, calcular a potência da LIO a implantar, entre outras. Existem várias fórmulas para o cálculo da potência da LIO. Os parâmetros fundamentais para este cálculo devem ser tomados em conta, são eles, o comprimento axial do olho, a potência corneal, o astigmatismo, a posição da lente e a profundidade da câmara anterior. Se algum destes for mal medido, ou não for devidamente realizado, o resultado final será afectado.
Depois da cirurgia devem ter-se alguns cuidados pós-operatórios, seguir o tratamento pós-cirúrgico e fazer as visitas necessárias, para ir confirmando os resultados, e por fim fazer a refracção final.
Para o estudo das LIO asférica e multifocal difractiva, no programa Oslo, foi primeiramente feito um estudo de vários modelos esquemáticos do olho humano, com o intuito de encontrar o que melhor se aproxima do olho humano. Para tal foram utilizados para a base do estudo os descritores ópticos, MTF, racio de Strhel e diagrama de pontos. Foi utilizado o modelo de Liou-Brennan para avaliar o desempenho das lentes intra-oculares asférica e multifocal difractiva. Os detalhes do projecto e optimização são dados, e o desempenho óptico é avaliado através da MTF, do diagrama de pontos e da acuidade visual. Considerando uma pupila de 3mm de diâmetro, quando a aberração esférica está totalmente corrigida pela LIO asférica, a melhor AV chega a 1.5. Na LIO multifocal difractiva a luz é desviada para dois focos, sendo a melhor qualidade da imagem atingida para longe, com a ordem de difracção -1 e para perto com a ordem de difracção +1. Através do mesmo método verifica-se que para longe a acuidade visual tanto para a lente intra-ocular asférica como para a multifocal difractiva é de 1.3, podemos então concluir que para longe as duas lentes são igualmente eficazes