Effects of dyes on candida spp. viability

Abstract

Several dyes are widely recognized for their anti-microbial properties, although there spectrum of activity and security profiles are not always defined. Gentian violet (GeV) has been traditionally used to treat mucocutaneous candidosis. However, information concerning its antimicrobial spectrum required to support its clinical value is scarce. Methylene blue (MB) is widely used in clinic. Nevertheless, its antiseptic activity, although reported in the literature, is also not yet fully understood. The aim of this study is to evaluate the in vitro activity of GeV and MB against different Candida species. Nineteen strains of Candida will be studied. Clinical strains were isolated from clinical resistant cases of Candida infections. The anti-Candida activity of GeV and MB was evaluated according to CLSI protocol M27-A3. The mechanism of action it was evaluated by flow cytometry. About GeV, the minimal inhibitory concentrations (MIC) and minimal lethal concentrations (MLC) were approximately the same for all strains studied, except for C. glabrata. C. albicans and C. tropicalis were the most sensitive species. The antifungal effect was not influenced by alcohol at 20% and 96%. GeV showed a potent fungicidal activity against all strains of Candida. GeV doesn’t cause primary lesion of cytoplasmic membrane. Not all tested strains were susceptible to MB. The C. glabrata and C. krusei were resistant to the highest concentration used (5 mg/mL). In contrast to GeV, MB cause membrane lesion. Recurrent vulvovaginal candidosis, especially if resistant to classical therapeutic protocols ask for new approaches. GeV and MB continue to stand up as potential drugs to be used topically isolated or in addition to oral antifungal drugs in clinical resistant vulvovaginal candidosis.As infecções por Candida têm aumentado significativamente nos últimos anos, em larga medida como consequência do aumento dos casos de imunossupressão. C. albicans e C. glabrata são as espécies mais frequentemente isoladas. Estima-se que aproximadamente 75% de todas as mulheres terão pelo menos um episódio de candidose vulvovaginal durante toda a sua vida e que 5-10% destas irá experimentar episódios subsequentes. Embora a C. albicans seja responsável por 80-90% de todas as infecções, as vaginites causadas por Candida não-albicans têm aumentado durante os últimos anos, estimando-se que apenas cerca de 50% dos casos de candidose vulvovaginal causada por Candida não-albicans respondem à terapia oral ou local convencional com azóis. Nos últimos anos têm surgido estudos que relatam a crescente resistência de espécies não-albicans aos antifúngicos clássicos. Este problema emergente salienta a necessidade do estudo de alternativas eficazes para tratar a candidose vulvovaginal. Neste contexto, os tratamentos tradicionais têm sido revistos e novas modalidades terapêuticas têm sido procuradas e propostas. Vários corantes são reconhecidos pelas suas propriedades anti-microbianas. Contudo o seu perfil de actividade e de segurança não está, na maioria dos casos, definido. Da confirmação da sua actividade antimicrobiana e da segurança da sua aplicação in vivo, depende a confirmação do seu interesse no tratamento de infecções mucocutâneas, assim como no tingimento de roupa de uso hospitalar ou uso íntimo, com vista à prevenção da re-infecção e no revestimento de materiais médicos, ou outros produtos que se pretendam estéreis. O violeta de genciana tem sido tradicionalmente usado no tratamento da candidose mucocutânea. Contudo, a informação existente sobre o seu espectro antimicrobiano não é suficiente para que se possa definir o seu valor clínico. O azul-de-metileno apresenta ampla aplicação na clínica. Porém, a sua actividade anti-séptica, apesar de referida na literatura, não é ainda completamente compreendida. O objectivo deste estudo é avaliar a actividade in vitro do violeta de genciana e do azul-de-metileno em diferentes espécies de Candida, comparar a sua actividade com a de antifúngicos clássicos e contribuir para o conhecimento do mecanismo de acção destes produtos. Foram estudadas dezanove estirpes de Candida: C. tropicalis (n=4), C. albicans (n=5), C. parapsilosis (n=4), C. glabrata (n=4) e C. krusei (n=2). As estirpes clínicas foram isoladas de casos graves de candidose vulvovaginal. O efeito antifúngico foi avaliado pela determinação da concentração mínima inibitória (CMI) com base no micrométodo descrito na referência CLSI M27-A3, após 48 horas de incubação a 37 ºC. O crescimento da levedura foi visualmente comparado para cada concentração com a amostra controlo. O efeito fungicida foi verificado com base na determinação da concentração mínima letal (CML), adoptando-se o protocolo proposto por Canton (2003). Foram incluídos controlos de crescimento em etanol. Todas as determinações foram realizadas em duplicado e apenas resultados concordantes de três experiências independentes foram considerados. O protocolo do CLSI M27-A3 também foi utilizado para a avaliação do efeito da anfotericina B e fluconazol sobre as estirpes de Candida testadas. Por fim, o mecanismo de acção do corante sobre as leveduras foi avaliado por citometria de fluxo com base na metodologia descrita por Pina Vaz (2010). No caso do violeta de genciana, as CMI e CML foram aproximadamente as mesmas para todas as estirpes estudadas, excepto para a C. glabrata. Os valores de CMI variaram entre 0,03 μg/mL e 0,24 μg/mL e de CML variam entre 0,03 μg/mL e 0,98 μg/mL. C. albicans e C. tropicalis foram as espécies mais sensíveis. O efeito antifúngico não foi influenciado pelo etanol a 20% e a 96%. O violeta de genciana mostrou uma potente actividade fungicida contra todas as estirpes de Candida. Para o azul-de-metileno, as CMI variaram entre 0,039 mg/mL e 0,078 mg/mL e as CML entre 0,039 mg/mL e 0,3125 mg/mL para as estirpes sensíveis. Uma estirpe de C. parapsilosis foi apenas inibida pelo corante. As C. glabrata e C. krusei são resistentes às máximas concentrações utilizadas (5 mg/mL). Os resultados da citometria de fluxo revelaram baixa marcação celular por iodeto de propídio, mostrando que o mecanismo principal de morte celular após exposição ao violeta de genciana não é a lesão primária da membrana. As leveduras expostas ao azul-de-metileno sofreram marcação pelo iodeto de propídio, mostrando que este corante provoca lesão primária da membrana. O violeta de genciana apresenta actividade fungicida mesmo para as estirpes resistentes ao fluconazol. O azul-de-metileno apresenta um perfil de acção semelhante ao do fluconazol. A candidose vulvovaginal recorrente que não é controlada com protocolos terapêuticos clássicos precisa de abordagens diferentes. O violeta de genciana e o azul-de-metileno parecem ser drogas com potencial para serem usadas nos casos de candidose vulvovaginal recorrentes

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