Efeitos de uma dieta hiperproteica a nível renal

Abstract

Apesar de já existirem há vários anos, a popularidade das dietas hiperproteicas tem vindo a aumentar devido às proporções epidémicas da obesidade a nível mundial. Mesmo com o seu uso generalizado, existem preocupações válidas de que estas dietas possam induzir alteração clinicamente importantes a nível da função e da saúde renal. O uso destas dieta têm sido correlacionado com hiperfiltração glomerular e hiperemia, aceleração do declínio de doença renal crónica, aumento da proteinúria, da diurese, da natriurese e da kaliurese com alterações da tensão arterial associadas, com risco aumentado de litiase renal e com várias alterações metabólicas. As limitações relativas à evidência disponível neste campo prendem-se com: a ausência de uma definição universalmente aceite para dieta hiperproteica; a raridade de estudos em humanos a longo prazo, tendo os dados de serem retirados de estudos curtos e circunstanciais; e com os poucos estudos existentes relativos ao efeito de dietas hiperproteicas em indivíduos obesos. Para além disso, é provável que o impacto a curto prazo de uma dieta hiperproteica a nível renal seja diferente do impacto de um consumo crónico. Os riscos teóricos de uma dieta deste tipo devem ser sempre discutidos com que vai iniciar o regime hiperproteico, iato apesar de não existir nenhuma contra-indicação renal formal para o indivíduo sem doença renal subjacente. Por outro lado, estas dietas podem lesar seriamente o rim de um doente renal crónico e, neste caso,devem ser evitadas se possível. Devido a este risco, e porque a doença renal crónico é geralmente silenciosa, recomenda-se que todos os indivíduos que vão iniciar uma dieta hiperproteica façam o depiste pela medição da creatinina sérica e da proteinúria com tira de teste urinário.Although existing for a number of years, the popularity of high-protein diets has become increasily higher due to the epidemic proportions obesity has reached worldwide. Even with their widespread use, valid concerns still exist regarding their effects on kidney health. The use of a high-protein diet has been linked with glomerular hyperfiltration and hyperemia, accelerated decline in chronic kidney disease, increased proteinuria, diuresis, natriuresis and kaliuresis with associated blood pressure changes, increased risk for nephrolithiasis, and various metabolic alterations. Limitations regarding studies in these fields include lack of a universally accepted definition for high-protein diets, the lack of long-term human studies, which forces one to rely on short-term circumstancial studies, and the lack of studies regarding the effects of high-protein diets on obese individuals. Furthermore, it is likely the short-term impact of high-protein diets on renal function differ from that of chronic consumption. The theoretical risks of this type of diet must be discussed with whom is going to start said diet, even though there are no clear renal-related contraindications in individuals with healthy kidney function. On the other hand, high-protein diets may seriously damage the kidney of a chronic kidney disease patient and should be avoided if possible. Thus, and since chronic kidney disease is a silent disease, all individuals, before initiating such a diet, should undergo screening serum creatinine measurement and urinary dipstick test for proteinuria

    Similar works