Os meios de comunicação social estão a viver mudanças internas em consequência das
pressões económicas causadas pela quebra de receitas publicitárias e/ou de audiências. Além das óbvias contenções de custos, que permitem adiar problemas mais profundos, há um esforço de reformulação interna das redações e dos próprios produtos jornalísticos.
Entender como os meios de comunicação em Portugal estão a enfrentar a mudança, em
especial como estão a aplicar estratégias de inovação interna para inverter a diminuição de
vendas e / ou audiências e de receitas de publicidade são objetivos do trabalho, através do
qual também se pretende enquadrar a realidade nacional num quadro mais amplo. Mas
pretende-se também tentar identificar que processos estão a criar / recriar que afetam a
produção e disseminação de notícias, por um lado, e o fluxo de receitas, por outro, e,
portanto, que diretrizes podem ser identificadas para ajudar os legacy media ou startups
jornalísticas a sobreviver. Para responder às questões, utilizámos a observação-participante em três redações portuguesas e entrevistas semi-estruturadas aos seus responsáveis editoriais. As organizações foram escolhidas pela sua diversidade: uma rede de televisão que inclui um canal de sinal aberto com o noticiário mais visto do prime time e um canal de notícias 24/7; uma rádio de foco noticioso e âmbito nacional; um jornal online. Observamos que tanto a TV quanto a rádio são legacy media que, através de diferentes abordagens e ritmos, estão a remodelar os seus modelos de negócios, processos de produção de notícias e produtos editoriais. O jornal nasceu como uma operação online, não precisando de evoluir de uma lógica tradicional / analógica, mas também desenvolve estratégias de inovação.
Os resultados permitem identificar o foco dos casos estudados: as estratégias internas
nas redações, as estratégias empreendedoras para a evolução do modelo de negócio
tradicional, e o impulsionar dos resultados financeiros.info:eu-repo/semantics/publishedVersio