Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação)O presente estudo tem como foco a atuação das UPPs no Rio de Janeiro e como elas impactam a vida das mulheres faveladas. Para isso procura-se entender os sentidos e as técnicas relacionadas ao campo de Gênero, mobilizadas pela necropolítica no contexto da Guerra as drogas. Nessa análise qualitativa, prioriza-se uma lente preocupada com questões de gênero, então é feita uma pesquisa bibliográfica a partir da qual propõe-se um entendimento da Guerra às Drogas como uma disputa masculina pela hegemonia, em que o Estado se posiciona como o "eu" protetor e guerreiro, enquanto combate os "outros", efeminados/femininos que fogem à norma dos ideais estatais. Junto a essa questão há a combinação de que as mulheres, no decorrer da securitização da Guerra às Drogas no Brasil, ficaram imbuídas ainda mais da noção de que seus corpos representam também o território. Os ideais territoriais, demonstrados através de discursos, sobre os corpos femininos, faz com que exista uma disputa sobre a sua tutela, dado que o feminino é entendido com noções de dependente, impulsivo e doméstico. Essa disputa faz com que o Estado utilize de todo seu poderio legítimo, dentro de um estado de exceção - de Guerra - para proteger sua soberania, o que se traduz em abusos policiais e violação deles a esses corpos. Portanto, o trabalho conclui que, a construção simbólica de gênero compõe e estrutura discursos governamentais e práticas patriarcais militarizadas nas UPPs. Essas práticas tem como objetivo, até o presente momento, manter a hierarquia do masculino hegemônico estatal sobre os femininos subalternos das favelas, o que se traduz na violação das mulheres pelos policiais militares