O presente texto suscita uma pergunta: porque é que Hitchcock nunca se sentiu motivado
para realizar um filme adaptado de um texto E. A. Poe, sendo notória a existência de semelhanças
entre o mundo ficcional destes dois artistas. A relação entre o olhar e o medo, mistério
e realidade, ansiedade e ilusão, são apenas alguns dos traços comuns ao cineasta e ao
escritor. Como hipótese de conclusão abrem-se perspectivas sobre a validade do conceito
de suspense ser utilizado como instrumento estético na análise crítica dos contos de Poe. This text evokes a question: why does Hitchcock never felt motivated to adapt to film a
text by Edgar Alan Poe? There was a similar existence of a fictional world in both artists. The
relationship between the look and fear, mystery and reality, anxiety and illusion, are just a
few common traits both in the director’s and writer’s style. Following this, a new perspective on how the concept of suspense can be used as a critical aesthetic instrument in the work of Poe