A tomada de decisão para o uso de plantas medicinais pode advir de uma somatória de fatores
como circunstâncias históricas e culturais, socioeconômicas e da percepção de segurança de produtos naturais.
Esta prática pode ter influência na aplicação de outros recursos terapêuticos da medicina convencional.
O objetivo desse estudo é descrever o perfil de consumo de plantas medicinais e medicamentos na
população de um município da região Sul do Brasil. A pesquisa seguiu um modelo transversal descritivo,
utilizando um questionário semi-estruturado na coleta de dados. Foram realizadas e analisadas 196 entrevistas
domiciliares. Dentre os entrevistados, 87,2% eram do sexo feminino, com idade média de 44,4 ±
13,86 anos. O uso de plantas medicinais foi relatado por 92,9% dos entrevistados, com média de 4,8 ± 3,7
plantas por pessoa. Para a maioria dos respondentes (74,8%) a informação sobre o uso das plantas medicinais
está baseada no conhecimento tradicional, sendo usadas principalmente para tratar sintomas de condições
relacionadas ao trato gastrintestinal, condições relacionadas ao sistema respiratório ou simplesmente
como bebida. Quanto à utilização de medicamentos, 37,8% dos entrevistados relataram que utilizam
medicamentos sempre, 31,1% quando não se sentem bem e 8,7% somente quando consultam o médico. Os
resultados iniciais reforçam a necessidade de pesquisas com critérios que levem em consideração o padrão
de uso entre grupos específicos de pacientes, como portadores de doenças crônicas, relatos de reações adversas,
efeitos em longo prazo, ou que avaliem os riscos e benefícios da utilização das plantas medicinais
pela população e estratégias para a promoção do uso racional destes recursos terapêuticos.Decision-making to the use
of medicinal plants may come from a sommatory of factors as cultural and historical circumstances, social and
economic aspects and also the perception of the safety of natural products. This practice can influence the application
of other therapeutic recourses of conventional medicine. The aim of this study is to describe the profile of
consumption of medicinal plants and medicines in a population in the South region district. The research followed
a cross-seccional descriptive pattern, using a semi-structured questionary to collect the data. Were analysed
196 domiciliar interviews. Among the interviewers, 87.2% were female, on avarage age 44,4 ± 13.86 years
old. The use of the medicinal plants was reported by 92,9% interviewers, on avarage of 4.8 ± 3.7 plants per person.
For the most of them (74.8%), the information about the use of medicinal plants is based on traditional
knowledge, being used mainly to treat symptoms of the gastrointestinal tract, conditions related to the respiratory
system or simply as beverage. In relation to the use of medicines, 37.8% of the interviewers related that always
use the medicines, 31,1% use them, when they do not feel well, and 8.7% only when see the doctor. The initial
results reinforce the research necessity in criterions which consider the standard use among specific groups of patients,
as chronic disease porters, adverse reactions references, long therm effects, or that evaluate the risks and
the benefits of medicinal plants used by the population and strategies to promote the rational use of these therapeutic
recourses.Colegio de Farmacéuticos de la Provincia de Buenos Aire