Os ferimentos penetrantes do tórax representam 10 a20% de todas as admissões hospitalares de crianças vítimasde trauma e as feridas por armas brancas são responsáveispor cerca de dois terços dos traumatismoscardíacos abertos.Descreve-se o caso clínico de um adolescente de 17anos, vítima de agressão por arma branca. Manteve-sesempre hemodinamicamente estável, sem alteraçõessignificativas no exame físico, com exceção de três feridasincisas no couro cabeludo e regiões inframamilar eperi-umbilical esquerdas. A avaliação diagnóstica revelouuma solução de continuidade na região apical doventrículo direito, associada a moderado derrame pericárdico,com função biventricular conservada. Foi referenciadopara um centro cirúrgico cardiotorácico, ondefoi submetido a sutura direta da ferida, com remoção docoágulo que tamponava parcialmente a hemorragia. Opós-operatório imediato decorreu sem complicações,mas nos três meses seguintes, o adolescente teve trêsepisódios compatíveis com pericardite, que responderama terapêutica anti-inflamatória