Orientadores: Ana Maria Segall Corrêa, Leticia De Las Mercedes Marin LeonTese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Ciências MédicasResumo: A obesidade é uma doença crônica, multifatorial, de etiologia não totalmente conhecida, definida como o acúmulo excessivo de gordura corporal, acarretando prejuízos à saúde do indivíduo. Reconhecida mundialmente como uma epidemia global. Mudanças ocorridas ao longo de cinquenta anos, tem submetido a população brasileira à intensas transformações, nas suas condições de vida, saúde e nutrição. Diante disso, o objetivo deste estudo foi identificar os fatores do ambiente construído e do ambiente alimentar associados à obesidade, bem como analisar o efeito do comportamento alimentar sobre o consumo adequado de frutas e vegetais, em áreas de baixa renda do município de Campinas-SP. Os resultados deste estudo são apresentados sob a forma de três artigos. O primeiro, "Auditoria virtual do ambiente construído em região de baixo nível socioeconômico em Campinas/SP", objetivou realizar uma auditoria virtual do ambiente construído, por meio de ferramentas disponíveis na web e analisar fatores do ambiente que podem favorecer a obesidade e dificultar a atividade física. Alta prevalência de obesidade esteve associada a segmentos com maior número de cruzamentos, faixa de pedestre, placas sinalizadoras de velocidade, ruas em aclive e ao menor índice de área verde. No segundo artigo, "Disponibilidade de comércios varejistas de alimentos e a prevalência de obesidade", descreveram-se áreas com baixas e altas prevalências de obesidade, quanto às diferenças de tipos de comércios varejista de alimentos, características sociodemográficas e de comportamento alimentar dos adultos residentes em área periférica de uma grande cidade industrial. Analisaram-se dados individuais a partir de um inquérito domiciliar, e dados locais do ambiente alimentar, obtidos por meio de visitas diretas aos comércios varejistas de alimentos. Foram identificados 187 estabelecimentos, observou-se que apenas 18 destes ofereciam frutas e vegetais. Regiões com alta prevalência de obesidade apresentaram maior número de mercados locais, e os seus residentes caracterizaram-se por baixa escolaridade do chefe da família, e da pessoa entrevistada. Compravam também mais refrigerantes mensalmente, em comparação com as regiões de baixa prevalência de obesidade. No terceiro artigo, descreveu-se a frequência de consumo de frutas e vegetais por adultos de Campinas/SP, e analisaram-se os fatores associados. O desfecho foi consumo inadequado de frutas e vegetais. Houve maior chance do consumo inadequado de frutas e vegetais entre os entrevistados com renda familiar mensal per capita menor que um salário mínimo, que não moravam em casa própria quitada, com saúde regular, ruim e/ou muito ruim, com consumo não diário de feijão e azeite e que não realizaram suas compras de alimentos em hipermercado. Espera-se que este estudo auxilie na elaboração de outros estudos sobre o ambiente obesogênico e que tenha mostrado a necessidade de elaboração de políticas públicas a nível individual e no âmbito coletivo, no enfrentamento da epidemia da obesidadeAbstract: Obesity is a chronic, multifactorial disease of not totally known etiology, defined as the excessive accumulation of body fat, leading to health damages and recognized as a global epidemic. Changes that took place over a period of fifty years have subjected the Brazilian population to intense transformations in their living conditions, health and nutrition. Therefore, the objective of this study was to identify the factors of the built environment and the food environment associated to obesity, as well as to analyze the effect of food behavior on the adequate consumption of fruits and vegetables in low income areas of the city of Campinas, SP. The results of this study are presented in the form of three articles. The first, "Virtual audit of the built environment in a low socioeconomic level region in Campinas / SP", aimed to perform a virtual audit of the built environment, using tools available on the web and analyze environmental factors that may favor obesity and hinder physical activity. High prevalence of obesity was associated with segments with greater number of crossings, pedestrian range, speed signaling boards, slopes and the lowest index of green area. In the second article, "Availability of food retailers and the prevalence of obesity", areas with low and high prevalence of obesity are described, in terms of differences in types of food retailing, socio-demographic characteristics and food behavior of adult residents in the peripheral area of a large industrial city. Individual data were analyzed from a household survey, and local data from the food environment were obtained through direct visits to food retailers. A total of 187 establishments were identified, with only 18 of these offering fruits and vegetables. Regions with a high prevalence of obesity had a greater number of local markets, and their residents were characterized by low level of education of the head of the family and of the person interviewed. They also purchased monthly more soft drinks compared to areas with low prevalence of obesity. In the third article, the frequency of fruit and vegetable intake by adults and the associated factors were analyzed. The outcome was inadequate intake of fruits and vegetables. There was a greater chance of inadequate consumption of fruits and vegetables among those interviewed with less than a minimum wage of monthly per capita household income, who did not live in their own home, with poor, and / or very poor health, with non-daily consumption of beans and olive oil and do not purchase food in hypermarket. It is expected that this study will help in the elaboration of other studies related to obesogenic environment and that it showed the necessity of elaboration of public policies at the individual level and in the collective scope to face the obesity epidemicDoutoradoEpidemiologiaDoutora em Saúde Coletiva01P 1738/20162012/25438-6CAPESFAPES