Orientador: Sílvia Regina BrandaliseTese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Ciências MédicasResumo: Com o surgimento de novos recursos diagnósticos e terapêuticos, o tratamento das crianças e adolescentes com câncer resultou em significativo aumento da sobrevida. Os efeitos tardios relacionados a doença e ao tratamento causam impacto na saúde e na qualidade de vida dos jovens recuperados de câncer, abrindo a discussão dos limites da cura frente a toxicidade e qualidade. Com o objetivo de avaliar a qualidade de vida relacionada a saúde de adolescentes sobreviventes de câncer na infância e verificar sua relação com ansiedade, depressão e estresse pós-traumático, realizou-se um estudo quantitativo transversal analítico com 208 adolescentes, entre 13 e 18 anos, que se encontravam ha mais de três anos fora de terapia, em seguimento multiprofissional no Ambulatório da Clinica Apos o Termino da Terapia do Centro Infantil de Investigações Hematológicas Dr. Domingos A. Boldrini, no período de marco de 2009 a abril de 2010. Utilizaram-se o Questionário Pediátrico de Qualidade de Vida PedsQL¿ - Relato do adolescente e Relato dos pais sobre o adolescente - 13 a 18 anos para a determinação do escore de qualidade de vida relacionada a saúde, a Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão ("Hospitalar Anxiety and Depression Scale" - HAD) e a Versão Civil da Avaliação de Estresse pós-traumático ("Post- Traumatic Stress Disorder Checklist - Civilian Version). Constataram-se diferenças dos aspectos, atividade, sumários e escore total de qualidade de vida do PedsQL¿ entre os adolescentes segundo o gênero e o tipo de câncer. Houve correlação significativa e diferença entre a avaliação dos adolescentes e dos pais. Comprovou-se a relação inversa entre a qualidade de vida e a idade, a ansiedade, a depressão e o estresse pós-traumático. Apesar de apresentarem seqüelas físicas e comprometimento no aspecto funcional, a qualidade de vida dos adolescentes foi considerada satisfatória, baseado no escore total do PedsQLTM. A identificação precoce das necessidades dos sobreviventes, no programa de seguimento de sobreviventes de câncer na infância, e dos fatores de risco para o desencadeamento de efeitos tardios, somáticos ou psicossociais, permitira estruturar novas intervenções para a sua efetiva reabilitação.Abstract: With the emergence of new diagnostic and therapeutic resources, the treatment of children and adolescents with câncer resulted in a significant increase in survival. Secondary effects of the disease impact the health and quality of life of young people recovered from câncer. Aiming to evaluate the quality of life related to adolescent health in childhood câncer survivors and to assess its relation to anxiety, depression and posttraumatic stress, we conduct an analytical cross-sectional quantitative study with 208 adolescents between 13 and 18 years, off therapy for more than three years in After Completion of Therapy Clinic of Children's Center of Hematologic Investigation Dr. Dominic A. Boldrini (Centro Infantil de Investigações Hematológicas Dr. Domingos A. Boldrini, Campinas, SP, Brazil), from March 2009 to April 2010. We used the Pediatric Quality of Life Inventory PedsQL¿ Generic Score Scale Adolescent ages 13-18 years - Self-report by adolescent and Report from parents of adolescents, the Hospital Anxiety and Depression Scale and the Post-Traumatic Stress Disorder Checklist - Civilian Version. Differences were observed at aspects, activity, summaries, and total score of the PedsQL¿ among adolescents according to gender and type of câncer. There was significant correlation and difference between the assessment of adolescents and their parents. Proved the inverse relationship between quality of life and age, anxiety, depression and post-traumatic stress. Although they present no physical disability and impairment in the functional aspect, the quality of life for adolescents was considered satisfactory, based on PedsQL¿. Early identification of the needs of survivors in the after completion of therapy clinic follow, and risk factors for the onset of late effects, somatic or psychosocial interventions new structure will allow for their effective rehabilitation.DoutoradoSaude da Criança e do AdolescenteDoutor em Saude da Criança e do Adolescent