Orientadores: Maria Cristina Volpato, Eneida de Paula, Francisco Carlos GroppoTese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Odontologia de PiracicabaResumo: Uma nova forma farmacêutica de anestésico local, encapsulado em lipossomas, vem sendo estudada na Medicina e mais atualmente em Odontologia. Os objetivos deste trabalho foram avaliar a eficácia anestésica em anestesia tópica e infiltrativa e os parâmetros farmacocinéticos da ropivacaína encapsulada em lipossomas, em 4 estudos, cruzados, duplo-cegos e com ordem de aplicação aleatória, com intervalo de 1 semana entre as aplicações. Capítulo 1: foram comparadas a eficácia da anestesia tópica e a influência na resposta pulpar da ropivacaína 2% encapsulada em lipossomas (RL2), Benzocaína 20% ( - B20), gel placebo lipossomal (PL) e gel placebo (P) aplicados em mucosa vestibular dos incisivos laterais superiores, em 40 voluntários. RL2 foi tão eficaz quanto B20 em reduzir dor à punção e na duração de anestesia em tecidos moles (p>0,05) e ambas foram superiores às formulações PL e P (p<0,05). Nenhuma das formulações exerceu influência na resposta pulpar. Capítulo 2: ropivacaína 2% encapsulada em lipossomas (RL2), ropivacaína 1% encapsulada em lipossomas (RL1), creme de lidocaína 2,5% e prilocaína 2,5% (EMLA) e gel placebo lipossomal (PL) foram avaliados quanto à eficácia em reduzir dor à punção e à injeção de anestésico local, quando aplicados topicamente na região palatina do canino superior esquerdo. O EMLA foi mais efetivo em diminuir a dor à punção
(p0,05). Nenhuma das formulações lipossomais foi eficaz como anestésico tópico na mucosa palatina. Capítulo 3: foram injetados, no fundo de sulco vestibular do canino superior direito, 1,8mL de ropivacaína 0,5% encapsulada em lipossomas (RLipo), ropivacaína 0,5% com epinefrina 1:200.000 (Repi), ropivacaína a 0,5% (R) e lidocaína 2% com epinefrina 1:100.000 (Lepi), em 40 voluntários. Foram avaliadas latência e duração da anestesia pulpar por aplicação de estímulo elétrico e em tecidos moles por estímulo de pressão. Não houve diferença estatística entre os anestésicos com relação ao tempo de latência. Repi e Lepi apresentaram maior tempo de anestesia pulpar quando comparados à RLipo e R (p0,05) entre os parâmetros farmacocinéticos avaliados entre as duas soluções anestésicas. Conclusão geral: Não há vantagem no uso da ropivacaína 0,5% encapsulada em lipossomas em técnica infiltrativa ou 1 e 2% em anestesia tópica em mucosa palatina. Em mucosa vestibular, por apresentar eficácia semelhante à da benzocaína 20%, a ropivacaína 2% encapsulada em lipossomas pode ser uma opção a esse anestésico. A ropivacaína encapsulada em lipossomas apresenta perfil farmacocinético semelhante ao da ropivacaína com epinefrina.Abstract: A new pharmaceutical formulation of local anesthetic, liposome encapsulated, has been studied in medicine and recently in dentistry. The aims of the present study were to evaluate anesthetic efficacy in topical and infiltration anesthesia, and pharmacokinetic parameters of liposome-encapsulated ropivacaine in 4 random, crossed and double-blind studies, with a one week interval between sections. Chapter 1: liposome-encapsulated 2% ropivacaine (RL2), 20% Benzocaine (B20), liposomal placebo (PL) and placebo (P) were compared in relation to the efficacy of topical anesthesia and influence on pulpal response after topical application in the buccal fold of the upper lateral incisors, in 40 volunteers. RL2 was as efficacious as B20 in reducing pain during needle insertion and concerning soft tissue anesthesia (p>0.05) and both agents were better than PL e P formulations (p0.05). None of the formulations was effective as a topical anesthetic in the palatine mucosa. Chapter 3: forty volunteers received 1.8mL of liposomeencapsulated 0.5% ropivacaine (RLipo), 0.5 % ropivacaine with 1:200,000 epinephrine (Repi), 0.5% ropivacaine (R) and 2% lidocaine with 1:100,000 epinephrine (Lepi), as an infiltration injection in the buccal fold of the right maxillary canine region. The onset and duration of pulpal anesthesia were evaluated through electric stimuli application and in soft tissue by pressure stimuli. No difference in onset of anesthesia was observed among anesthetic formulations (p>0.05). Repi and Lepi showed longer pulpal anesthesia when compared to RLipo and R (p0.05) among pharmacokinetics parameters between the two anesthetic formulations. Final conclusion: There is no advantage in the use of liposome-encapsulated 0.5% ropivacaine in infiltration anesthesia or liposome-encapsulated 1 and 2% ropivacaine in topical anesthesia in palatal mucosa. In the buccal mucosa, as it showed similar efficacy of 20% benzocaine, liposome-encapsulated 2% ropivacaine can be an option to this anesthetic. Liposome-encapsulated ropivacaine and ropivacaine with epinephrine showed similar pharmacokinetic.DoutoradoFarmacologia, Anestesiologia e TerapeuticaDoutor em Odontologi