Memoria e distanciamento na teoria da experiencia de Walter Benjamin

Abstract

Orientador: Jeanne Marie Gagnebin de BonsDissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Filosofia e Ciencias HumanasResumo: O objetivo desse trabalho é analisar, por meio das noções de memória e distanciamento, a teoria da experiência que Walter Benjamin desenvolveu no ensaio Sobre Alguns Temas em Baudelaire (1939). Nossa abordagem ocorrerá em dois momentos. No primeiro deles, vou me concentrar sobre a impossibilidade histórica, que Benjamin diagnostica a partir da poesia do spleen de Baudelaire, de realização da experiência na modernidade. Examinarei a vinculação entre o surgimento da modernidade nos textos de Baudelaire e uma forte preocupação com a questão do tempo. Para isso introduzirei o conceito de novo, essencial na estética de Baudelaire e responsável, segundo Benjamin, pela alteração na apreensão do tempo que se desdobrará no declínio da experiência. Tentarei mostrar como Benjamin caracteriza a reflexão sobre a impossibilidade da experiência como o cerne da poesia do spleen, ao mesmo tempo em que, pela caracterização do fenômeno da multidão, o vincula às circunstâncias de vida modernas, reunidas no conceito de vivência do choque. No segundo capítulo, procurarei circunscrever essa concepção plena de experiência que Benjamin opõe à vivência do qhoque. Vou me deter na interpretação do romance de Proust Em Busca do Tempo Perdido e naqueles poemas de Baudelaire que Benjamin identifica como marcados pela esforço de reconstruir uma experiência no sentido estrito do termo. Ao mesmo tempo, tentarei diferenciar suas concepções de memória, bem como as conseqüências dessa diferença para a teoria da experiência de Benjamin. Ao final desse percurso, esperamos ter recuperado elementos necessários para a localização de um problema que Benjamin inseriu no centro de seu trabalho sobre o século XIX parisiense: a possibilidade de reconstrução da experiência na modernidadeAbstract: The aim of this work is to analyse, by the concepts of memory and distance, the theory of experience that Walter Benjamin developed in the essay On Some Motives in Baudelaire. Our approach is divided in two chapters. On the first one, I'm going to focus the historical impossibility, detected by Benjamin in the spleen poetry by Baudelaire, of realisation of the experience in modernity. I shall examine the link between the arise of modernity in Baudelaire's texts and a strong concern about the matter of time. I'm going to introduce the concept of new, essential to Baudelaire' aesthetics, and responsible, as Benjamin says, for the change in the apprehension of time that resulted in the decline of experience. I shall try to show how Benjamin characterises the reflection about the impossibility of experience as the heart of the spleen poetry, at the same time as he, by the characterisation of the phenomena of the crowd, links it to the modern conditions of life, assembled in the concept of lived experience of chock. On the second chapter, I'm going to circumscribe the authentic concept of experience that Benjamin opposes to the lived experience. I shall detain on the interpretation of Proust' novel Remembrance of things past and on the poems of Baudelaire identified by Benjamin by the attempt to reconstruct an authentic experience. At the same time, I shall try to distinguish their concepts of memory, as well as the consequences of this difference to Benjamin's theory of experience. At the end of this way we hope to have recovered important elements to the localisation of a question that Benjamin put at the heart of his research on the Parisian XIX century: the possibility of reconstruction of experience in modernityMestradoMestre em Filosofi

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