Este artigo tem como objetivo narrar a chegada das feministas das gerações dos anos 1960/70 ao espaço político brasileiro e desta forma recuperar a história dessas lutas e que culminaram com a escrita dos direitos cidadãos na Carta Constitucional do Brasil de 1988. Mas, esta narrativa foi elaborada como notas memorialistas da autora que viveu com paixão estes momentos da luta pela democracia no Brasil e seu encontro com o ideário feminista que emergia, naqueles anos, no cenário da sociedade brasileira. Assim, estas memórias foram construídas da seguinte forma: primeiro faz-se um breve histórico das lutas feministas ao longo da primeira República, para situar os leitores nos tímidos avanços conquistados pelas brasileiras ao longo daquelas décadas. Em seguida narra os tempos de mobilização, conquistas e derrotas vivenciadas pelo movimento feminista do Brasil, a partir da convocatória da ONU para a “Conferência Internacional da Mulher”, em 1975 e que permitiu as ativistas feministas, em pleno regime militar, a criarem o Centro da Mulher Brasileira (CMB). Enfatiza que este intenso ativismo possibilitou que mulheres tenham tido uma participação pioneira na gestão da política pública nacional. Sem dúvida este teve seu marco mais significativo, em 1985, com criação do Conselho Nacional dos Direitos da Mulher (CNDM), órgão público responsável por esta política e pelas vitórias obtidas pelas mulheres na redação da Carta Constitucional de 1988, embora diversas derrotas tenham acontecido, como mostra estas memórias. Estas explicadas pelo forte sexismo presente tanto ontem como hoje na política brasileira.This article aims to narrate the arrival of the feminists of the generations of the 1960s and 1970s to the Brazilian political space and thus recover the history of these struggles and culminated in the writing of citizens' rights in the Brazilian Constitutional Charter of 1988. But this narrative was written as memorialist notes by the author who lived with passion these moments of the struggle for democracy in Brazil and her encounter with the feminist ideology that emerged, in those years, in the scenario of Brazilian society. Thus, these memoirs were constructed as follows: first a brief history of the feminist struggles throughout the first Republic, to situate the readers in the timid advances conquered by the Brazilian ones during those decades. She narrates the times of mobilization, conquest and defeat experienced by the Brazilian feminist movement, following the UN's call for the "International Women's Conference" in 1975, which allowed feminist activists, under the military regime, to create the Center for Brazilian Women (CMB). Emphasizes that this intense activism enabled women to have a pioneering participation in the management of national public policy. This was undoubtedly the most significant milestone in 1985, with the creation of the National Council for Women's Rights (CNDM), the public body responsible for this policy, and the victories won by women in the drafting of the 1988 Constitutional Charter, although several defeats occurred, as these memories show. These are explained by the strong sexism present both yesterday and today in Brazilian politics.Facultad de Humanidades y Ciencias de la Educació