Estratigrafia e evolução paleoambiental da Sequência Lenheiro, Mesoproterozoico, São João Del Rei, MG

Abstract

A Sequência Lenheiro da Formação Tiradentes, Mesoproterozoico, registra depósitos de um sistema deltaico com influência de maré, progradante para SSE. Os afloramentos estendem-se por dezenas de quilômetros pelas serras de São José e do Lenheiro, a leste e oeste do município de São João del Rei, Minas Gerais. O presente trabalho elabora dois perfis estratigráficos em escala 1:20 na Sequência Lenheiro, totalizando 150 e 130 m cada. Foram reconhecidas e interpretadas 16 fácies sedimentares, agrupadas em sete associações de fácies. A partir do conjunto de associações e suas relações laterais observadas em campo, foi possível a interpretação de ambientes deposicionais. Na região do prodelta predominam depósitos de decantação de finos. Na frente deltaica, tornam-se mais frequentes arenitos com estruturas trativas e gravitacionais, e, em alguns deles, convoluções relacionadas a instabilidade tectônica ou de carga sedimentar. Na região da planície deltaica, é registrada a migração de barras de maré, representadas por arenitos com estratificação cruzada com recobrimento pelítico nos foresets, e, em direção ao continente, canais fluviais também com influência de marés. Nas porções mais continentais da sucessão ocorrem depósitos conglomeráticos, areníticos e pelíticos interpretados como canais e barras de um sistema fluvial entrelaçado com planície de inundação. O padrão grano e estratocrescente bem marcado nos perfis, o empilhamento vertical das associações de fácies e a relação lateral entre elas denotam um progressivo raseamento da sucessão. A Sequência Lenheiro, portanto, representa um delta de rio entrelaçado com influência de maré, com sentido de descarga fluvial para sul

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