O envelhecimento e a senescência celular são caracterizados pela perda de homeostase e aumento da vulnerabilidade do organismo. A obesidade tem sido associada ao envelhecimento precoce, o qual parece estar relacionado ao acúmulo de células senescentes e a um perfil pró-inflamatório, pró-oxidativo e genotóxico. Assim, nosso objetivo foi investigar parâmetros de imunosenescência e de inflamação em células mononucleares de sangue periférico intactas quando expostas ao plasma de indivíduos portadores de obesidade. Para isso, utilizamos células mononucleares de um doador não relacionado incubadas com meio RPMI 1640 contendo 10% de plasma de indivíduos controle (n=9) ou portadores de obesidade (n=9) por 4 ou 24 horas. Avaliamos parâmetros de viabilidade celular (ensaio MTT), morfometria nuclear (NMA), secreção de citocinas, expressão gênica de p21CIP1 e imunosenescência de linfócitos T auxiliares (CD4+) e citotóxicos (CD8+) após 24 horas e 120 horas de cultura. Nossos resultados demonstram uma redução na viabilidade das células mononucleares incubadas com o plasma de indivíduos portadores de obesidade após 24 e 120 horas. Entretanto, não observamos diferença em relação à morfometria nuclear, a qual reflete parâmetros de apoptose e senescência. Após 120 horas de incubação posteriores as 4h de exposição ao plasma de pacientes obesos, observamos um perfil secretor pró-inflamatório (IL-1β, IL-8 e TNF-α) aumentado. Após 24h de exposição ao plasma, além do aumento de IL-6, IL-1β e IL-8, observamos maior expressão da citocina anti-inflamatória IL-10. Essa transformação foi acompanhada pela modulação dos linfócitos T, CD4+ e CD8+ para o perfil imunosenescente. Nossos resultados salientam o potencial de imunomodulação de células mononucleares pelo plasma de pacientes com obesidade para um fenótipo senescente e pró-inflamatório