Abstract

O estudo da aptidão física relacionada à saúde (ApFRS) em crianças e adolescentes é justificado pelo fato de seus componentes terem relação com várias doenças. Dessa forma, havendo um diagnóstico precoce da debilidade de um ou mais de seus componentes, existe a possibilidade, mediante ações efetivas, de o indivíduo voltar a ter níveis satisfatórios de aptidão física no que diz respeito à saúde. Com base nisso, os objetivos do presente estudo foram (a) analisar o desenvolvimento da ApFRS de crianças e adolescentes gaúchas, verificando as possíveis diferenças entre sexos e idades; e (b) determinar a ocorrência de crianças e adolescentes que se situam respectivamente abaixo, dentro ou acima das zonas saudáveis de aptidão física (ZSApF) e de massa corporal (ZSMC). Para tal, contamos com 6.794 crianças e adolescentes de 10 cidades do estado do Rio Grande do Sul. As variáveis estudadas foram resistência geral (medida pelo teste de corrida/caminhada de 9 min); índice de massa corporal (IMC); força/resistência abdominais (medidas pelo teste de abdominais em 1 min); e flexibilidade (medida pelo teste de sentar e alcançar). Os critérios de referência (ZSApF e ZSMC) adotados para as avaliações da ApFRS correspondem aos utilizados pelo Projeto Esporte Brasil Para o tratamento dos dados, utilizou-se a estatística usual (média, desviopadrão e percentual): para determinar as possíveis diferenças entre os sexos, o teste "t" para amostras independentes; e a Análise de Variância Univariada (ANOVA) seguida de post hoc de Tukey para possíveis diferenças entre as idades. Os resultados indicaram que a ApFRS desenvolve-se, de modo geral, de forma crescente. Os meninos são superiores às meninas em resistência geral e força/resistência abdominais: enquanto que as meninas são superiores aos meninos em flexibilidade. Com relação à distribuição dos meninos e das meninas gaúchas na ZSApF e na ZSMC, os dados obtidos indicam que, nos testes motores, mais de 50% dos avaliados estão abaixo das ZSApF; enquanto que, no IMC, cerca de 8% estão abaixo e 21% estão acima da ZSMC. Os resultados do estudo são preocupantes e demonstram a necessidade de se criarem estratégias que aumentem o nível de atividade física e as participações em esportes e atividades organizados que visem ao aprimoramento da aptidão física de crianças e adolescentes gaúchos

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