Abstract

Fabry disease (FD) is an X-linked inborn error of glycosphingolipid metabolism due to the deficiency of α-galactosidase A. The progressive accumulation of globotriaosylceramide (Gb3), particularly in the vascular endothelium, leads to renal, cardiac, and cerebrovascular manifestations and early death. Clinical manifestations include the onset of pain and paresthesias in extremities, angiokeratoma and hypohidrosis during childhood or adolescence. Proteinuria and lymphedema occur with increasing age. Severe renal impairment leads to hypertension and uremia. Death usually occurs due to renal failure or cardiac or cerebrovascular disease. Disease presentation may be subtle, and its signs and symptoms are often discounted as malingering or are mistakenly attributed to other disorders, such as rheumatic fever, neurosis, multiple sclerosis, lupus, or petechiae. We present a 46-year-old man who since adolescence has suffered from painful acroparesthesia, disseminated skin angiokeratomas, hypohidrosis and heat intolerance. He was submitted to a thorough investigation with different specialists, but never reached a diagnosis. He started hemodialysis 3 years ago and at the moment is in standby for kidney transplantation. He was enrolled in a Brazilian FD screening and a reduced serum activity of α-galactosidase A (0.0027 nmol/h/mL – reference value 4-22) confirmed the diagnosis of FD He has angiokeratoma at the bottom area, his echocardiogram demonstrated left ventricular hypertrophy and the family history is very rich, as the patient has 15 siblings. This case represents a very common story for FD patients. They usually spend most of their lives trying to find someone who could understand or explain their suffering. These results indicate that FD may be much more common among male dialysis patients than previously recognized. Subsequently, FD should be considered in every patient with unexplained renal disease, especially when cardiac or cerebral complications suggest an underlying multisystemic disorder. Early diagnosis of FD is important because it allows family studies to identify other affected relatives for genetic counseling and therapeutic intervention.A doença de Fabry (DF) é um erro inato do metabolismo dos glicoesfingolipídeos devido à deficiência da α-galactosidase A. O acúmulo progressivo de globotriaosilceramida (Gb3),particularmente no endotélio vascular, leva a manifestações renais, cardíacas e cerebrovasculares e morte precoce. As manifestações clínicas incluem o início, durante a infância ou adolescência, de episódios de dor e parestesias nas extremidades, angioqueratomas e hipohidrose. Com a idade, podem aparecer proteinúria e linfedema. Insuficiência renal grave leva à hipertensão e uremia. O óbito ocorre devido à insuficiência renal ou doença cardíaca ou cerebrovascular. A apresentação da doença pode ser sutil, e seus sinais e sintomas são erroneamente atribuídos a outras doenças, como febre reumática, neurose, esclerose múltipla, lúpus ou petéquias. Relatamos o caso de um paciente masculino com 46 anos que, desde a adolescência, sofre de acroparestesia, angioqueratomas disseminados, hipohidrose e intolerância ao calor. Ele foi submetido a extensa investigação com diferentes especialistas, mas nunca chegou a um diagnóstico. Iniciou hemodiálise há 3 anos e, no momento, está na lista de espera para transplante de rim. Participou de um programa brasileiro de triagem para DF, e uma atividade reduzida de α- galactosidase A (0,0027 nmol/h/mL – valor de referência 4-22) confirmou o diagnóstico de DF. O paciente apresenta angioqueratomas na área do calção, seu ecocardiograma demonstra hipertrofia ventricular esquerda e sua história familiar é rica, pois ele tem 15 irmãos. Este caso representa uma história muito comum entre pacientes com DF. Eles geralmente passam a maior parte de suas vidas tentando encontrar alguém que compreenda ou explique seu sofrimento. Estes resultados indicam que a DF pode ser muito mais comum entre homens que realizam hemodiálise do que antes previsto. Subseqüentemente, a DF deve ser considerada em todo paciente com doença renal sem causa aparente, principalmente quando complicações cardíacas ou cerebrovasculares sugerirem uma doença multissistêmica. O diagnóstico precoce da DF é importante, pois permite estudo familiar para identificar parentes afetados para aconselhamento genético e intervenção terapêutica

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