O câncer é considerado um dos maiores problemas de saúde pública da atualidade. Uma das mais importantes maneiras de combater o câncer é a quimioterapia antineoplásica, no entanto essa intervenção terapêutica desencadeia uma série de efeitos colaterais que interferem na rotina e nos hábitos de vida dos pacientes. Buscando promover o suporte adequado, considera-se fundamental a atuação de diferentes profissionais na educação em saúde do paciente oncológico e de seus familiares. O estudo teve como objetivo identificar as práticas de educação em saúde de uma equipe multiprofissional na atenção ao paciente oncológico em tratamento quimioterápico, visando à integração da equipe nessas atividades. Para tal, desenvolveu-se um estudo sob o paradigma qualitativo com delineamento exploratório e descritivo. A pesquisa foi realizada no ambulatório de quimioterapia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), após a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da instituição e contou com a participação de treze profissionais. A coleta de informações foi obtida por meio da técnica de entrevista individual semiestruturada, gravada em equipamento de áudio com o consentimento dos participantes do estudo. As informações foram submetidas à análise de conteúdo do tipo temática proposta por Minayo (2014), da qual emergiram os seguintes resultados: a educação em saúde é uma atividade inerente à prática de todos os profissionais; a equipe compreende que por meio de ações educativas é possível estimular o autocuidado e a autonomia dos pacientes, colaborando para a promoção da saúde e qualidade de vida; as ações educativas são desenvolvidas continuamente, em diferentes circunstâncias de cuidado; as consultas clínicas, os grupos de orientações e de apoio e o momento da consulta de enfermagem foram reconhecidos como espaços potentes para a educação em saúde; também, foram percebidas pela equipe, algumas fragilidades em seus processos de trabalho, entre elas a atuação isolada e a falta de interação entre os profissionais nas ações educativas. Os interlocutores do estudo apontaram algumas estratégias para a integração da equipe, destacando-se entre elas: a necessidade de incluir profissionais de diferentes áreas na condução do grupo de orientações, a criação de um espaço para a realização de rounds interprofissionais e a possibilidade de interação dos membros da equipe em atividades educativas na sala de espera. As fragilidades e as potencialidades identificadas poderão subsidiar a construção de uma proposta de educação permanente em saúde no cenário deste estudo, que terá como principal finalidade instrumentalizar os profissionais em relação ao trabalho em equipe e ao planejamento de ações educativas voltadas aos pacientes oncológicos.Cancer is considered one of the greatest public health problems these days. One of the most important treatments for fighting cancer is antineoplastic chemotherapy; however, this therapeutic intervention triggers a series of side effects that interfere in the routine and habits of the patients. The involvement of different healthcare professionals is critical for promoting adequate support and educating the oncology patient and his/her family. This paper aims at identifying the practices in health education used by a multi professional team while assisting oncology patients in chemotherapeutic treatment, and integrating the team in such activities. To accomplish that goal, a qualitative descriptive exploratory study was developed in the chemotherapy outpatient wing in the Clinical Hospital of Porto Alegre after being approved by the institution's Committee of Ethics in Research; 13 healthcare professionals participated in the study. The data was gathered through semistructured individual interviews recorded in audio with the consent of the participants. Information was submitted to thematic content analysis as proposed by Minayo (2014), resulting in the following: education in health is an activity intrinsic to the practice of all healthcare professionals; the team understands that it is possible, through educative actions, to stimulate patients' self-care and autonomy, helping to promote health and life quality; educative actions are developed continuously according to different circumstances and needs; clinical appointments, support and counseling groups, as well as the consultation with the nurses have been acknowledged as potentially favorable occasions for education in health; there have been found in the team some fragile points in their work strategies, among which isolated action and lack of interaction among professionals for educative actions. The participants in this study have pointed out some strategies for team integration, including: the inclusion of professionals from different fields in the conduction of the counseling group; organizing inter professionals meetings; promoting the interaction among team members in the educative actions in the waiting room. The weak and strong points identified will help to build a permanent health education proposal for the setting covered by this study, whose main goal will be helping healthcare professionals to develop tools and skills regarding team work and the development of educative actions for oncology patients