Dorfman, Maria Elza

Lima, Lillian Gattelli

Paniagua, Lauren Medeiros

Portuguese

Lume 5.8

O PAPEL DOS TRAÇOS SUPRASEGMENTARES NA PERCEPÇÃO DEGÊNERO PARA ALÉM DA FREQUÊNCIA VOCALCoordenador: BÁRBARA NIEGIA GARCIA DE GOULARTAutor: LILLIAN GATTELLI LIMARELATO PRELIMINAR DO ESTUDO DA VOZ DO TRANSSEXUAL NASRELAÇÕES INTERPESSOAIS As noções de gênero são constituídas apartir das diferenças biológicas e das relações estabelecidas socialmente.Na percepção do gênero pela voz são relevantes as característicasrelacionadas à f requência fundamental  e ao t imbre,  aspectosrelacionados às diferenças anátomo-funcionais do aparelho fonador quediferem no homem e na mulher. A frequência fundamental média parahomens e mulheres adultos é, respectivamente, 113 Hz e 204 Hz (Behlau& Pontes, 1995). a mudança de gênero de masculino para femininorequer ajustes mais complexos para a adequação da voz à novaidentidade social visto que as características da voz masculina incluempadrões de ressonância, velocidade de fala, loudness, pitch e aspectossupra-segmentais diversos daqueles usados pela mulher, nestes casos, autilização de hormônios é ineficaz em relação a modificação da voz,poisnenhum hormônio reduz a massa das pregas vocais, tampouco eleva porsi só a freqüência fundamental (Spiegel, 2006; Colton e Casper, 1996).Desta forma, a queixa vocal pode ser um fator importante na vida dotransexual masculino-feminino. O objetivo deste trabalho, vinculado a umprojeto de pesquisa que, articulado com o projeto de extensão doFonoVOZ (Núcleo de Estudos da Voz e Distúrbios da Comunicação Oral),busca verificar a relação entre a frequência fundamental dos sujeitospesquisados e a fala na da identificação de gênero Inicialmente, as vozesde 39 transexuais masculino-feminino foram submetidas a análiseacústica para extração da frequência fundamental. As amostras de áudiocontendo gravação de vogal sustentada e contagem de números foramapresentadas a dezoito ouvintes leigos, sem conhecimento sobre aidentidade dos sujeitos do estudo ou seu histórico em relação aidentidade de gênero. Os ouvintes foram solicitados a identificar as vozescomo masculinas, femininas ou indefinidas. Na ampla maioria dos casosa frequência fundamental apresentou relação direta com a percepção devozes em relação ao gênero. Em 18 (46,15%) das vozes avaliadas, todosos ouvintes responderam à percepção como voz feminina parafreqüências mais agudas, as quais correspondem a parâmetro acústicofeminino. As frequências variaram de 153,75Hz a 217,98Hz para apercepção da voz feminina. Em 8 (20,51%) vozes da amostra avaliadatodos os ouvintes marcaram como voz masculina em frequênciasconsideradas masculinas e frequências consideradas femininas, o quevariou de 105,12Hz a 175,9Hz.  Denota- se que não é suficiente ter afrequência fundamental correspondente ao gênero para que esta sejaidentificada em correspondência direta à frequência; a prosódia e aarticulação também possuem papel relevante na identificação de gênerodo falante.  Desta forma, uma análise mais detalhada, considerando aanálise perceptivo-auditiva e a análise acústica (objetiva) deve considerartambém os traços supra-segmentares para a determinação daidentificação do gênero.

O PAPEL DOS TRAÇOS SUPRASEGMENTARES NA PERCEPÇÃO DE GÊNERO PARA ALÉM DA FREQUÊNCIA VOCAL

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