Centeno, Rafaela Rodrigues

Lume 5.8

Evento Salão UFRGS 2016: SIC - XXVIII SALÃO DE INICIAÇÃOCIENTÍFICA DA UFRGSAno 2016Local Campus do Vale - UFRGSTítulo TOXICIDADE REPRODUTIVA DE MACHOS (Rattus novergicus)TRATADOS  COM DIFERENTES DOSES DE ÓLEO ESSENCIAL DEALECRIM (Rosmarinus  officinalis L.)Autor RAFAELA RODRIGUES CENTENOOrientador JOAO ROBERTO BRAGA DE MELLORESUMO: O Alecrim (família Lamiaceae) vem sendo alvo de estudos científicos por apresentar propriedades funcionais relacionadas ao seu óleo essencial. Estudos químicos e de potenciais terapêuticos são desenvolvidos em cooperação com grupos de pesquisa da UFPel (Universidade Federal de Pelotas – Microbiologia da Faculdade de Veterinária e Instituto de Química) que demonstram até o momento, possibilidades terapêuticas promissoras relativas à sua atividade antimicrobiana. Apesar do grande interesse na utilização terapêutica, ainda são escassos os estudos relacionados à toxicidade reprodutiva que um possível medicamento fitoterápico poderá desencadear. O presente estudo é parte de uma avaliação mais abrangente da toxicidade reprodutiva e seu objetivo é investigar os efeitos de diferentes doses do óleo essencial de Alecrim na fertilidade e performance reprodutiva de ratos Wistar machos. Os testes de toxicidade reprodutiva são recomendados pela ANVISA, OECD e FDA como parâmetros a serem avaliados em relação aos efeitos de desenvolvimento reprodutivo. O óleo essencial foi obtido do representante comercial Ferquima. O óleo foi analisado usando cromatógrafo gasoso com espectrômetro de massa para identificação e detector de ionização de chama para quantificação. Ratos Wistar foram divididos em quatro grupos experimentais: CN (n = 9 macho) controle negativo – Tween 80 3%, C3 (n = 9 machos) óleo essencial na concentração 3%, C6 (n = 9 machos) óleo essencial 6% e C12 (n = 9 machos) óleo essencial 12%. Todos os animais foram tratados diariamente, através de sonda orogástrica flexível em volume correspondente a 10 mL/kg. Após 7 dias de adaptação, os machos foram tratados antes do acasalamento (70 dias) e durante o acasalamento (21 dias). A mensuração da massa corporal e consumo de ração foram realizados em balança digital e o consumo de água foi mensurado através de proveta graduada. Ambos os consumos e mensuração de massa corporal foram realizados diariamente e individualmente. O consumo relativo foi obtido através da seguinte fórmula: Consumo relativo= consumo ração(g) ou água(mL) / massa corporal (g) x 100. Os animais tiveram acesso à ração comercial Nuvilab CR 1 (Nuvital/Colombo-PR) e água potável ad libitum durante todo o período experimental. Ao final do período de acasalamento, os animais foram pesados e eutanasiados, onde, coração, fígado, rins, baço, testículos, epidídimos, ductos deferentes, próstata e vesícula seminal foram coletados, dissecados, pesados (exceto ductos deferentes) e armazenados em solução de formalina tamponada para posterior análise histopatológica. A análise do peso dos órgãos levou em consideração o peso relativo calculado da seguinte forma: peso relativo (%) = (peso do órgão (g) ÷ peso do animal (g)) x 100. A vesícula seminal foi drenada antes de mensurado o peso. Cada testículo foi triturado e homogeneizado em 10mL de NaCl 0,9% contendo 0,05% de Triton X-100,em triturador tecidual Fisaton 720® a 600rpm, por 1 minuto. O mesmo procedimento foi realizado com a cauda de cada um dos epidídimos. Foi coletado 100µL de cada macerado e acondicionado em microtubo contendo 900µL de NaCl 0,9%. Deste volume, foi realizada a contagem do número total de espermatozoides (cauda do epidídimo) e do número de espermátides (testículos) através de câmara de Neubauer, na qual foram contados 64 quadrados pequenos em microscópio óptico com aumento de 40 vezes. O número de espermatozoides e sua produção diária foram determinados pelas fórmulas: S=CxFCxV (total de espermatozoides) e S=CxFCxV÷6,1 (produção diária de espermatozoides); onde: S = soma total por animal, C = número de espermatozoides ou espermátides contados, FC = fator câmara (1,250), V= diluição (106). Os dados foram analisados pela ANOVA (análise da variância) e quando encontrada diferença significativa (p<0,05) seguiu-se o teste de Bonferroni. O composto majoritário identificado e quantificado no óleo foi 1,8-cineol (57,17%).  Não foram observados óbitos e nenhum outro sinal aparente de toxicidade durante o período experimental. Não houve diferença estatística significativa no consumo relativo de ração e água dos machos tratados antes do acasalamento. Com relação ao peso relativo dos órgãos, houve diferença significativa para o peso relativo do fígado (entre os grupos C6 e C12 quando comparados ao grupo CN), para o peso relativo do rim esquerdo (entre os grupos CN e C12) e para o peso relativo da próstata (entre os grupos CN e C6). Para todas as diferenças o valor de p foi  p<0,01 (Teste de Bonferroni). Não houve diferença significativa para o peso relativo dos demais órgãos, tampouco para a produção espermática diária e para o número total de espermatozoides. Houve, portanto, aumento do peso relativo do fígado de animais tratados com as concentrações de 6 e12% de óleo, aumento do peso relativo do rim esquerdo no grupo tratado com 12% de óleo e aumento do peso relativo da próstata de animais tratados com solução de 6% de óleo, quando comparados ao grupo CN. Como estes resultados ainda são preliminares, o aumento do peso destes órgãos sugere toxicidade sistêmica, porém, é preciso avaliar a alteração do peso associada à histopatologia, pois somente assim poderão ser demonstradas as alterações responsáveis pelo aumento de peso, se for este o caso. Os resultados das análises histopatológicas ainda não estão prontos, bem como pretende-se incluir mais um grupo de estudo tratado com o composto majoritário do óleo analisado por cromatografia, o 1,8-cineol. Palavras-chave: óleo essencial, alecrim, toxicidade.  

TOXICIDADE REPRODUTIVA DE MACHOS (Rattus novergicus) TRATADOS COM DIFERENTES DOSES DE ÓLEO ESSENCIAL DE ALECRIM (Rosmarinus officinalis L.)

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