Silva, Mirella Aguiar da

Lume 5.8

Evento Salão UFRGS 2015: SIC - XXVII SALÃO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA UFRGSAno 2015Local Porto Alegre - RSTítulo Taxa de germinação de sementes de espécies nativas dos Campos SulinosAutor MIRELLA AGUIAR DA SILVAOrientador GERHARD ERNST OVERBECKTaxa de germinação de sementes de espécies nativas dos Campos Sulinos Autor: Mirella Aguiar da Silva  Orientador: Gerhard Overbeck  UFRGS  A capacidade de recolonização de áreas após distúrbios, bem como a habilidade de dispersão das espécies vegetais, está relacionada com as características de seus diásporos. Os atributos funcionais também podem revelar as principais estratégias das plantas, e também como as espécies interagem ou como respondem aos distúrbios no ambiente. Dentre as características funcionais importantes para que o diásporo tenha sucesso na colonização de novos ambientes está a taxa de germinação das sementes. Para os Campos Sulinos, pouco se sabe ainda sobre os atributos funcionais dos diásporos das espécies nativas. Tal conhecimento é importante não somente para a melhor compreensão da dinâmica da vegetação, mas também para a restauração de áreas degradadas. Este estudo tem como objetivo investigar a germinação de sementes de campo nativo dos Campos Sulinos, bem como catalogar atributos funcionais para disposição em bancos de dados. Foram analisados diásporos de 16 espécies. Para verificar a taxa e velocidade de germinação 100 diásporos de cada espécie foram dispostos, sempre em blocos de 25 unidades, em quatro placas de Petri. Como substrato foram utilizadas duas lâminas de papel filtro estéril por placa. As placas de germinação foram mantidas em câmara germinadora com temperatura e foto período controlados (25°C e 12/12 horas), umedecidas e examinadas a cada dois dias até que todos os diásporos estivessem germinados, ou mais nenhum diásporo houvesse germinado dentro de 14 dias. Foi calculada a porcentagem de sementes germinadas e a velocidade de germinação. Os atributos funcionais medidos nas sementes foram: peso de 100 diásporos (g) em balança de precisão; formato do diásporo (altura, largura e espessura) (mm); presença/ausência de estrutura auxiliar na dispersão e principal síndrome de dispersão associada (com base na literatura). Correlacionamos peso dos diásporos com a porcentagem de germinação das sementes para verificar se o investimento da planta em endosperma (tecido nutritivo das sementes) se reflete em maior taxa de germinação. As espécies que apresentaram maior porcentagem e maior velocidade de germinação foram: Eragrostis neesii Trin. (97%/26.4); Aristida laevis (Nees) Kunth (65%/10.4); Paspalum plicatulum Michx. (55%/7.7); Bouteloua megapotamica (Spreng.) Kuntze (37%/10.8) e Desmodium incanum (Sw.) DC. (31%/2.0). A síndrome de dispersão mais frequente foi anemocoria, presente em 12 das 16 espécies. Onze espécies apresentaram alguma estrutura auxiliar na dispersão, sendo as mais comuns alas (4 espécies) e aristas (2). A correção entre peso do diásporo e porcentagem de sementes germinadas foi negativa e não significativa: r²-0.2 (p=0.5). Para duas espécies muito comuns nos campos (Andropogon lateralis Nees e Paspalum notatum Flüggé) foi verificada uma baixa taxa de germinação, o que vai contra o esperado e pode ter ocorrido ou devido ao período de latência da semente ou por a semente se encontrar imatura ou ausente. A alta taxa de germinação encontrada em algumas espécies pode indicar a aptidão destas espécies para a recuperação de áreas degradadas. A análise de mais espécies contribuirá para entender melhor a dinâmica da vegetação a nível de comunidade. 

Taxa de germinação de sementes de espécies nativas dos Campos Sulinos

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