Ferreira, A.M.

Issi, Helena Becker

Portuguese

Lume 5.8

 Rev HCPA 2004; 24 (Supl) 125 CONVIVENDO COM A FINITUDE NO CONTEXTO DA ONCOLOGIA PEDIÁTRICA: EXPERIÊNCIAS DE ENFERMEIRAS. Issi HB , Ferreira AM . Serviço de Enfermagem Pediátrica, Unidade de Oncologia . HCPA - UFRGS. Conviver com crianças diante de perspectivas de terminalidade causa profundo impacto no cotidiano das enfermeiras oncológicas. Deparar-se com as dificuldades expressas pelas crianças e suas famílias inevitavelmente acarreta a necessidade de preparo específico para a convivência contínua e prolongada frente às situações de profunda dor e sofrimento desencadeadas. Trata-se, portanto, de uma investigação de caráter exploratório e descritivo, contemplando uma abordagem qualitativa, que tem por objetivo desvelar como ocorre este processo de enfrentamento. Para tanto, fez-se necessário colher depoimentos reveladores das experiências vividas pelas enfermeiras, traduzidos em recursos internos capazes de proporcionar-lhes lidar com as dificuldades inerentes ao cotidiano do trabalho. O local de realização da pesquisa foi a Unidade de Oncologia Pediátrica do Hospital de Clínicas de Porto Alegre e a amostra foi composta de seis enfermeiras desta unidade, uma de cada turno, onde a escolha ocorreu de forma intencional. A coleta de dados ocorreu através de entrevistas com um instrumento semi-estruturado, as quais foram gravadas, conforme concordância das participantes, e posteriormente fielmente transcritas pela pesquisadora. Foram respeitados os princípios éticos, procurando-se proteger as participantes, mantendo sua autonomia conforme os aspectos e as questões éticas apontadas por Goldin (2000) para pesquisas e as questões éticas para pesquisas em enfermagem, expressas por Polit e Hungler (1995). Os materiais qualitativos foram submetidos à análise de conteúdo, com base em Bardin (1988). A análise revela que, ao que ocorre no processo de enfrentamento trilhado por famílias de crianças convivendo com a doença crônica e prognóstico reservado de seus filhos (ISSI, 1992 e MOTTA, 1997), constata-se que o sofrimento, paradoxalmente, impulsiona o ser para o convívio com essências filosófico-existenciais capazes de sustentar uma genuína retomada nos valores pessoais interiores, transcendendo a uma nova condição humana, pautada pela humanização e dignidade. As enfermeiras revelam aspectos peculiares na construção dos processos de enfrentamento que, mantendo singularidades próprias, residem em encontrar no respeito ao ser humano, na compaixão, no afeto e na espiritualidade, forças para não esmorecer e buscar a transcendência. Tais situações as impelem a adotar atitudes em direção à felicidade, promovendo um modelo de cuidado humanizado, com base numa ótica mais positiva para a manutenção do bem estar e melhor qualidade de vida possível para a criança, família e equipe.   

Convivendo com a finitude no contexto da oncologia pediátrica : experiências de enfermeiras

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Convivendo com a finitude no contexto da oncologia pediátrica : experiências de enfermeiras

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