Silva, Mariana Olinto Dreyer da

Lume 5.8

 O linfoma é a neoplasia hematopoiética mais frequente em cães, tendo origem usualmente nos tecidos linfóides, como os linfonodos, baço e medula óssea. As síndromes paraneoplásicas são comumente observadas em animais com linfoma, sendo alterações estruturais e/ou funcionais que ocorrem diante da presença de um tumor causando grande morbidade entre os pacientes oncológicos, e em alguns casos, são mais agressivas que o tumor primário. Entre estas síndromes podemos citar caquexia e anorexia, leucocitose neutrofílica, hipercalcemia, hipoglicemia, trombocitopenia, hiperproteinemia e anemia. Esta última é frequentemente observada em cães com linfoma, sendo associada a um pior prognóstico. O presente estudo analisou a ocorrência de síndromes paraneoplásicas a partir dos dados do exame físico, hemograma e bioquímica sérica, em trinta e nove cães com diagnóstico confirmado de linfoma atendidos no Hospital de Clínicas Veterinárias da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. As amostras de sangue foram coletadas em tubos contendo EDTA K2 (para hemograma, contagem plaquetária e leucocitária) e em tubos com ativador de coágulo para obtenção de soro para as análises bioquímicas. Vinte e quatro cães (61,53%) apresentavam alterações numéricas e∕ou morfológicas no leucograma; vinte e dois animais (56,41%) apresentaram anemia; oito animais (20,51%) apresentavam hiperproteinemia; oito animais (20,51%) obtiveram baixa contagem de plaquetas e três animais (7,69%) tiveram hipercalcemia. Os resultados indicam uma alta ocorrência de síndromes paraneoplásicas em cães com linfoma, sendo as alterações no hemograma as mais frequentes. Hipercalcemia também foi observada, estando geralmente relacionada com a produção de um peptídeo semelhante ao paratormônio (PTH) que ocorre em cães com linfoma. Uma importante alteração encontrada é a hiperproteinemia, que se deve à excessiva produção de proteínas por uma linhagem monoclonal de linfócitos. É de extrema importância para o clínico o conhecimento e a identificação destas síndromes, permitindo um melhor suporte no tratamento de pacientes oncológicos e proporcionando-lhes uma maior sobrevida.  

Ocorrência de síndromes paraneoplásicas em cães com linfoma

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