Bachinski, Róber Freitas

Lume 5.8

 Ciências Humanas  899  DISCUTINDO A ÉTICA ANIMAL E O USO DE MÉTODOS SUBSTITUTIVOS NO ENSINO COM ANIMAIS. Róber Freitas Bachinski, Nadia Geisa Silveira de Souza (orient.) (UFRGS). A observação de órgãos de animais é muito antiga na história da humanidade. Registros de estudos anatômicos através da dissecação animal são encontrados a partir de 400 aC., inclusive em Aristóteles (384-322 aC) (SINGER, 1996). Na ciência moderna, o principal defensor do uso de animais em aulas e experiências foi o fisiologista Claude Bernard (1813-1878), usando o cachorro de sua filha em uma aula. Sua mulher, após a separação, fez campanha pelos direitos animais na Inglaterra (GRECO, ed. 05; RAYMUNDO & GOLDIN, 2002). Como resultado, desde o final do século XIX, segundo MORAES (2005), ficou proibido o uso de animais no ensino na Inglaterra, Alemanha e Áustria. Estes países se tornaram pólos na produção de recursos substitutivos ao uso de animais. Neste estudo, pesquisaremos estratégias de ensino substitutivas às aulas com animais. Em fase inicial, a revisão bibliográfica mostra-nos que as defesas filosóficas mais conhecidas sobre os direitos animais, surgidas na década de 70, se enquadram em duas linhas: o Utilitarismo de Bentham (1748-1832) (SINGER, 1998; SINGER, 2004) e a Deontologia de Kant (1724-1804) (REGAN, 1938; REGAN, 2004). Na atualidade, alguns autores utilizam argumentos de ambas as linhas (FRANCIONE, 2000; NACONECY, 2006). Estudos e discussões relacionados à ética geraram crescentes questionamentos ao uso de animais na educação tanto pela sociedade como por cientistas, educadores e alunos (SILVA, 2003). No Brasil, o estudo de ética animal e métodos substitutivos às aulas práticas com animais, remete aos últimos anos. Porém, há um número crescente de publicações e pesquisadores se dedicando a essas áreas (DINIZ ET AL, 2006; FEIJÓ, 2005; MORAES, 2005; PINTO & RÍMOLI, 2005; BRÜGGER, 2004; GREIF, 2003; SILVA, 2003; TRÉZ, 2003; PAIXÃO, 2001; GREIF & TRÉZ, 2000). 383 

Discutindo a ética animal e o uso de métodos substitutivos no ensino com animais

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