Saúde Mental na greve estudantil da UFMT em 2018: Notas sobre os impactos em estudantes mulheres

Abstract

Este estudo tem por objetivo oferecer um panorama do impacto da greve estudantil da Universidade Federal de Mato Grosso em 2018 na saúde mental das estudantes mulheres desta instituição. A pesquisa foi realizada em caráter extraordinário durante as últimas semanas de greve, a partir do componente curricular Estágio Básico IV – Contextos Clínicos e de Saúde, ofertado no sexto semestre do curso de Psicologia. A estratégia metodológica foi a construção de um formulário como instrumento online e como instrumento de resposta manual disponibilizado em reuniões e encontros do movimento de greve, entrevistas semiestruturadas baseadas nas questões do formulário, e observações dos participantes em diversos contextos. Ao final da etapa de coleta a pesquisa contou com uma amostra significativa de mais de 300 estudantes. Aqui apresentamos dados panorâmicos da pesquisa realizada, para então analisarmos a partir de um recorte de gênero os impactos da greve na saúde mental de estudantes mulheres da UFMT, entendendo que tomar a categoria de gênero legitima uma construção dos estudos sobre a importância de entendê-lo nas ciências humanas e sociais, mas também como situação filosófica e de impactos na saúde. Mulheres foram a maior parte das respondentes dos instrumentos, e apresentaram como sintomas principais decorrentes da greve, frustração, estresse e ansiedade, ao mesmo tempo que protagonizaram desde o princípio a movimentação, e construíram, apesar das adversidades, espaços de debate para questões de gênero e de feminismos, demonstrando também espaços de potência ao longo de uma mobilização de luta por direitos

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