Constitui-se nosso objetivo analisar a resistência e sua relação com o processo de valorização da identidade étnica. Para tanto, partimos de uma pesquisa bibliográfica e documental, com vistas a pesquisa de campo para construção de uma etnografia Kaxarari, o que não foi possível. De todo modo, percebe-se por meio das pesquisas (bibliográfica e documental) que a etnia é pouco conhecida no meio acadêmico, embora a família linguística Páno, a qual pertence à língua falada pelos Kaxarari tenham consideráveis estudos. As ações de resistência dos Kaxarari, como os deslocamentos, interferiram não somente na dinâmica de ocupação do território pelo grupo, alterando a sua cartografia, mas em outras áreas que vai da subsistência alimentar aos rituais. Compreendemos que, ao mesmo tempo que, ocorre uma acirrada redução populacional, em função de doenças e da violência perpetrada contra o grupo, ocorre a resistência e a etnogênese. A grosso modo, a partir da análise dos documentos e dos pouquíssimos trabalhos acadêmicos que versam sobre os Kaxarari, conjeturamos que o final do século XX, constituiu um momento decisivo para essa etnia, pois é nesse contexto que ganha organicidade a “viagem da volta” em meio a luta pela terra