Avaliação do perfil nutricional, metabólico e dos hábitos de sono de médicos em programa de residência

Abstract

The residency is a period of professional training that requires a high degree of dedication, with long working hours and shifts performing in-hospital clinical environment. This routine labor is associated with impairment of a healthy lifestyle, with losses eating habits, physical activity level and pattern and quality of sleep. Thus, the residency provides an ideal model to study how working hours can affect the lifestyle and health. The aim of this study was to evaluate the nutritional profile, metabolic and sleep habits of doctors in residency program at the Faculty of Medicine, Federal University of Uberlândia. The study included 72 medical residents (52 women and 20 men) who underwent nutritional assessment (three-day food record analyzed by the Healthy Eating Index-Adapted - IASad), anthropometric measurements (measurements of waist circumference, weight, height, body mass index, BMI), fasting metabolic profile (lipids, cortisol, C-reactive protein (CRP), glucose and insulin; quality and duration of sleep (Sleep quality Score Pittsburgh - PSQI) and excessive daytime sleepiness (Epworth Sleepiness Scale - ESS). It was identified that 33.4% of subjects were overweight or obese (65% among men and 21.1% among women). Men had significantly higher BMI (p = 0.002) and weight gain self-reported after beginning of residence (p = 0.008), when compared with women. Inadequate dietary habits were observed in both genders, including the low consumption of fruits and vegetables and high intake of sweets, cholesterol, caffeine, total fat and saturated fat. The mean ESS values for all volunteers were 11.0 + 3.9 and showed no differences between the genders. The total sleep time differed between the genders (6.7 +1.1 vs. 6.1 +0.9 hours per night). Furthermore, 76.4% of physicians had a poor sleep quality. The average values assigned to the PSQI were above the recommended limits (<5), indicating poor sleep quality (6.2 +2.5 for both genders, 5.9 for women and 7.5 +2.4 +2 2 for men, p = 0.01). Women had higher mean high-density lipoprotein (HDL-C) (p <0.005), CRP (p = 0.04) and cortisol (p = 0.009). Approximately 65% of residents had serum CRP above of the recommended limits. Men had a higher prevalence of hypertriglyceridemia than women (25% versus 6%, respectively). In conclusion, we found a high prevalence of unhealthy outcomes, such as overweight and obesity, poor diet - including inadequate intake of fruits and vegetables and excess cholesterol, fats and caffeine - and high occurrence of excessive daytime sleepiness and sleep quality bad. These results indicate the need to monitor the health status and develop actions to minimize health problems already installed in these individuals.Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de Minas GeraisMestre em Ciências da SaúdeA residência médica é um período de treinamento profissional que requer um alto grau de dedicação, com longas jornadas de trabalho e realização de plantões em ambiente clínico-hospitalar. Esta rotina laboral está associada ao comprometimento de um estilo de vida saudável, com prejuízos aos hábitos alimentares, nível de atividade física e padrão e a qualidade do sono. Desta forma, a residência médica fornece um modelo ideal para estudar como os horários de trabalho podem afetar o estilo de vida e, por conseguinte, a saúde. O objetivo do presente estudo foi avaliar o perfil nutricional, metabólico e os hábitos de sono dos médicos em programa de residência da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Uberlândia (FAMED/UFU). O estudo incluiu 72 médicos residentes (52 mulheres e 20 homens), que foram submetidos a avaliação nutricional (trës dias de recordatório alimentar analisados pelo Índice de Alimentação Saudável Adaptado -IASad); avaliação antropométrica (medidas de circunferência da cintura, peso, altura, índice de massa corporal -IMC); perfil metabólico de jejum ( lipídeos, cortisol, proteína C-reativa (PCR-us), glicose e insulina; qualidade e duração do sono (Índice de qualidade do sono de Pittsburgh - PSQI) e sonolência excessiva diurna (Escala de Sonolência de Epworth - ESS). Foi identificado que 33,4% dos voluntários apresentavam sobrepeso ou obesidade (65% entre os homens e 21,1% entre as mulheres). Os homens apresentaram valores significativamente maiores de IMC (p= 0,002) e ganho de peso auto-relatado após o início da residência (p = 0,008), quando comparado às mulheres. Hábitos alimentares inadequados foram observados em ambos os sexos, incluindo o baixo consumo de vegetais e frutas e alta ingestão de doces, colesterol, cafeína, gordura total e gordura saturada. A média da ESS para todos os voluntários foi 11,0+ 3,9 e não revelou diferenças entre os sexos. O tempo total de sono diferiu entre os sexos (6,7+1,1 versus 6,1+0,9 horas por noite). Além disso, 76,4% dos médicos apresentaram uma qualidade do sono ruim. O valores médios atribuídos ao PSQI estiveram acima dos limites recomendados (<5), o que indica má qualidade do sono (6.2 +2,5 para ambos os sexos; 5,9+2,4 para mulheres e 7,5+2,2 para os homens; p=0,01). As mulheres apresentaram maiores médias de lipoproteína de alta densidade (HDL-c) (p <0,005), PCR-us (p=0,04) e cortisol (p=0,009). Aproximadamente 65% dos médicos residentes tiveram níveis séricos de PCR-us acima dos limites recomendados. Os homens apresentaram maior prevalência de hipertrigliceridemia do que as mulheres (25% versus 6%, respectivamente). Como conclusão, foi encontrada elevada ocorrência de resultados insalubres, tais como: sobrepeso e obesidade, má alimentação incluindo ingestão inadequada de frutas e verduras e excesso de colesterol, gorduras e cafeína - além de alta ocorrência de sonolência excessiva diurna e sono de qualidade ruim. Estes resultados indicam a necessidade de monitorar o estado de saúde e desenvolver ações para minimizar problemas de saúde já instalados nestes indivíduos

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