Lúpus eritematoso sistêmico diagnosticado durante a gestação: relato de caso

Abstract

O lúpus eritematoso sistêmico (LES) é uma doença inflamatória crônica de etiologia autoimune, distribuição multissistêmica, cujas manifestações clínicas são bastante variáveis. Fatores genéticos, hormonais e ambientais estão correlacionados com o desenvolvimento da doença, a qual é caracterizada por períodos de remissão e exacerbação. No LES, os fenômenos imunológicos levam à produção de auto-anticorpos, os quais são dirigidos a antígenos nucleares do próprio organismo, resultando em diferentes manifestações clínicas, podendo acometer ossos, articulações, pulmões, fígado, rins e sistema nervoso central. Mulheres em período fértil têm alta prevalência, sendo que, na maior parte dos casos, não têm sua fertilidade comprometida. O início do quadro durante a gravidez é raro e indica pior prognóstico para mãe e feto. A gravidez está desaconselhada quando a doença está ativa durante a concepção, e quando se associa à nefrite lúpica. Mulheres portadoras de lúpus cursam com gestação de alto risco, haja vista, as gestantes lúpicas apresentarem maior taxa de abortamento espontâneo, restrição de crescimento intra-uterino e fetal, eclâmpsia, morte fetal, parto pré-termo. Há controvérsias sobre o efeito da gestação na atividade da doença, uma vez que, o LES pode afetar a gravidez, e o inverso também pode ocorrer; todavia, o LES não deve ser entendido como uma limitação à gestação, e o acompanhamento da mesma deve ser feito por equipe multiprofissional, assegurando uma gravidez segura para mãe e feto. Apresentamos o caso de uma paciente diagnosticada com LES no primeiro trimestre de gestação e que apresentou evolução clínica e laboratorial rápida e desfavorável, evoluindo com quadro de nefrite lúpica e abortamento.Systemic lupus erythematosus (SLE) is a chronic inflammatory disease of autoimmune etiology, multisystem distribution, whose clinical manifestations are quite variable. Genetic and environmental factors are correlated with the development of the disease, which is characterized by periods of remission and exacerbation. In SLE, immunological phenomena lead to the production of auto-antibodies, which are directed to nuclear antigens of the organism itself, resulting in different clinical manifestations and may involve the bones, joints, lungs, liver, kidneys and central nervous system. Women of childbearing age have high prevalence, and, in most cases, do not have a compromised fertility. The onset during pregnancy is rare and indicates poor prognosis for mother and fetus. Pregnancy is not recommended when the disease is active at conception. Women with lupus have high-risk pregnancy, because pregnant women lupus has high rates of abortion, intrauterine and fetal growth restriction, preeclampsia, fetal death, preterm delivery. There is controversy about the effect of pregnancy on disease activity, since SLE can affect pregnancy, and the reverse can also occur; however, the SLE should not be understood as a limitation to pregnancy, and the monitoring thereof should be done by multi-professional team, ensuring a safe pregnancy for mother and fetus. We present the case of a patient diagnosed with SLE in the first trimester of pregnancy and that presented clinical and laboratory evolution rapid and unfavourable, evolving with lupus nephritis and abortion

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