Faces da ilegalidade em Bogotá

Abstract

Os bairros de Santa Inés e Santa Fe, no centro histórico de Bogotá, estão entre os mais perigosos da capital colombiana e são classificados pelo governo distrital como Zonas Vermelhas, Críticas ou de Alto Impacto. Neste artigo, são exploradas, a partir de uma perspectiva etnográfica, as diversas relações entre legalidade e ilegalidade nessas regiões de medo e perigo, cuja degradação física e moral é atribuída a certas pessoas estigmatizadas. São descritas as regulações informais internas ou máximas da rua, como no dar papaya ["não dar mole"], e sua coexistência com práticas de "limpeza social", que refletem intolerância e moralismo no convívio com a diferença. Recentemente, os projetos de renovação urbana, que fazem parte dos planos de recuperação do Centro, buscam intervir nesses setores de delinquência, prostituição e atividades ilegais com o fim de erradicar a violência e empreender futuros megaprojetos residenciais e comerciais de revalorização imobiliária.The Santa Inés and Santa Fe districts in Bogotá's historical centre are among the Colombian capital's most dangerous, classified by the local government as Red, Critical or High Impact Zones. This article provides an ethnographic exploration of the complex relations between legality and illegality in these regions associated with fear and danger, whose physical and moral decline are attributed to certain stigmatized groups of people. It describes the informal internal regulations or street maxims, such as no dar papaya ['don't be soft'], and their coexistence with 'social cleansing' practices that reflect intolerance and moralism in the face of difference. Recently the urban reform projects, which form part of the plans for recuperating the Centre, have tried to intervene in these sectors of crime, prostitution and illegal activities in order to eradicate violence and pave the way for future residential and commercial megaprojects designed to improve the real estate value of urban areas

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