Universidade de São Paulo. Faculdade de Saúde Pública
Abstract
OBJECTIVE: To describe socioeconomic inequalities regarding the use, expenditures and the income committed to the purchase of medicines. METHODS: A cross-sectional population-based study was carried out with 1,720 adults living in the urban area of Florianópolis, Southern Brazil, in 2009. Cluster sampling was adopted and census tracts were the primary sampling units. Use of medicines and the expenditures incurred in their purchase in the past 30 days were investigated through interviews. Use, expenditures and the income committed concerning medicines were analyzed according to per capita family income, self-reported skin color, age and sex, adjusting for the complex sample. RESULTS: The prevalence of medicine use was 76.5% (95%CI: 73.8; 79.3), higher among women and in older individuals. The mean expenditure on medicine was R46.70,withhighervaluesamongwomen,whites,olderindividualsandamongricherpeople.While3.1 46,70, con valores más elevados entre las mujeres, los blancos, los de edad más elevada y entre los más ricos. Mientras que 3,1% de los más ricos comprometieron más de 15% de sus rendimientos en la compra de medicamentos, ese valor llegó a 9,6% en los más pobres. La proporción de personas que tuvieron que comprar medicamentos posterior al intento fracasado de obtenerlos por el Sistema Único de Salud fue mayor entre los más pobres (11,0%), mujeres (10,2%) y en aquellos con edad avanzada (11,1%). Gran parte de los adultos compró medicamentos ubicados en la Relación Nacional de Medicamentos Esenciales (19,9%) o en la Relación Municipal de Medicamentos Esenciales (28,6%), con diferencias significativas según sexo, edad y renta. CONCLUSIONES: Existe desigualdad socioeconómica, de edad y de género en el comprometimiento de renta con la compra de medicamentos, con peores condiciones para los más pobres, los de edad avanzada y para las mujeres.OBJETIVO: Descrever as desigualdades socioeconômicas referentes ao uso, gastos e comprometimento de renda com a compra de medicamentos. MÉTODOS: Estudo transversal de base populacional com 1.720 adultos de área urbana de Florianópolis, SC, em 2009. Realizou-se a seleção da amostra por conglomerados e as unidades primárias foram os setores censitários. Investigou-se o uso de medicamentos e os gastos com sua compra nos 30 dias anteriores, por meio de entrevista. Uso, gasto e comprometimento de renda devido a medicamentos foram analisados segundo a renda familiar per capita, a cor da pele auto-referida, idade e o sexo dos indivíduos, ajustado para amostra complexa. RESULTADOS: A prevalência de uso de medicamentos foi de 76,5% (IC95%: 73,8;79,3), maior entre as mulheres e naqueles com maior idade. A média de gastos com medicamentos foi igual a R$ 46,70, com valores mais elevados entre as mulheres, os brancos, os com idade mais elevada e entre os mais ricos. Enquanto 3,1% dos mais ricos comprometeram mais de 15% de seus rendimentos na compra de medicamentos, esse valor chegou a 9,6% nos mais pobres. A proporção de pessoas que tiveram de comprar medicamentos após tentativa fracassada de obtenção pelo Sistema Único de Saúde foi maior entre os mais pobres (11,0%), mulheres (10,2%) e naqueles com maior idade (11,1%). Grande parte dos adultos comprou medicamentos contidos na Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (19,9%) ou na Relação Municipal de Medicamentos Essenciais (28,6%), com diferenças significativas segundo sexo, idade e renda. CONCLUSÕES: Existe desigualdade socioeconômica, de idade e de gênero no comprometimento de renda com a compra de medicamentos, com piores condições para os mais pobres, os de maior idade e para as mulheres