Estudo macro e microscópico da resposta tecidual frente ao uso de anti-sépticos bucais e sua influência na carcinogênese

Abstract

Studies have related the action of alcohol on the oral mucosa as a promoter of carcinogenesis, once most oral antiseptics contain alcohol. Its utilization for mouthrinses from 30 to 60 seconds, as indicated on the labels, yields a longer-lasting topical action when compared to the intake of alcoholic beverages. This study aimed at conducting a macroscopic and microscopic analysis of the tissue response of tongue mucosa of hamsters to daily topical applications of antiseptics (Anapyon, Listerine, Oral B) during 13 and 20 weeks, following the methodology for carcinogenesis investigation developed by the Discipline of Pathology of Bauru Dental School, University of São Paulo. After sacrificing the animals, their tongues were removed and fixed on 10% formalin. Macroscopic examination did not reveal significant alterations, and the specimens were processed by routine histotechnical procedures for HE staining. Three serial sections of each tongue were evaluated, and characteristics related to epithelial hyperkeratinization, atrophy, hyperplasia and dysplasia were organized in tables. Despite the observation for moderate dysplasia in one case in the Anapyon 20 week group, the further results were very similar to the control group (saline solution), eliminating the need of comparative statistical tests. By means of such methodology for testing the carcinogenesis-initiating action, it was concluded that oral antiseptics are unable to trigger the development of neoplasms.Estudos associam a ação do álcool na mucosa bucal como promotora da carcinogênese e a maioria dos anti-sépticos bucais contém álcool. Sua utilização com bochechos de 30 a 60 segundos indicados nos frascos possui ação tópica mais duradoura em comparação com a ingestão de bebidas alcoólicas. Este estudo objetivou analisar macro e microscopicamente a resposta tecidual da mucosa lingual de hamsters após aplicações tópicas diárias de anti-sépticos (Anapyon, Listerine, Oral B) durante o período de 13 e 20 semanas conforme metodologia de estudo da carcinogênese desenvolvida pela Disciplina de Patologia da Faculdade de Odontologia de Bauru da Universidade de São Paulo. Após a morte dos animais removeu-se a língua que foi fixada em formalina 10%. Durante a macroscopia não se observaram alterações significantes e as peças cirúrgicas foram processadas conforme os procedimentos histotécnicos de rotina para coloração com HE. Três cortes seriados de cada um dos terços linguais foram avaliados e características relacionadas a hiperqueratinização, atrofia, hiperplasia e displasia epiteliais foram organizados em tabelas. Apesar da observação de displasia moderada em um caso do grupo de 20 semanas do Anapyon, os demais resultados apresentaram-se muito semelhantes ao do grupo controle (soro fisiológico), eliminando a necessidade de testes estatísticos comparativos. Através de tal metodologia, testando a ação iniciadora da carcinogênese dos anti-sépticos bucais, concluímos que não são capazes de desencadear o desenvolvimento de uma neoplasia

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