Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo
Abstract
O presente artigo discute a especificidade da pintura brasileira produzida durante a Primeira República (1889-1930), a qual não pode ser compreendida nem como uma continuidade harmônica em relação à tradição herdada pelo Império e nem mediante o rótulo de “pré-moderna”. A partir da interpretação de duas telas, Os descobridores, de Belmiro de Almeida, e Fundação da cidade de São Paulo, de Antônio Parreiras, pretende-se examinar os sentidos políticos e culturais particulares que as obras engendram, os quais emanam dos momentos e condições específicos de sua produção, bem como da relação crítica que possuem para com a tradição acadêmica no país.The present article discusses the specificity of the Brazilian painting produced during the First Republic (1889-1930), which cannot be understood as a harmonic continuity in relation to the tradition inherited by the Empire, nor be labeled as “pre-modern”. Through the interpretation of two paintings, Os descobridores, by Belmiro de Almeida, and Fundação da cidade de São Paulo,by Antônio Parreiras, we set out to examine the specific political and cultural meanings that these works generate, which emanate from a certain moment and condition of their production, as well as from their critical relationship towards the academic tradition of the country