A dead man’s trajectory: literature and violence in Julio Ortega’s Adiós Ayacucho

Abstract

Surgido de uma fotografia publicada em uma revista, um corpo despedaçado adquire a sobrevida da linguagem. Trata-se de um corpo ilegível, que só na morte pode falar, com uma enunciação paródica que evade as cumplicidades da representação que marcam o discurso da guerra interna no Peru. É um fantoche que enfrenta o irrepresentável da violência, e constrói seu itinerário como um embate com os discursos do poder, que incluem a antropologia, a mídia, a política (a literatura e a crítica também ficam comprometidas na ubiquidade do discurso intelectual como forma de dominação), e promulgam o esquecimento como solução para o desenvolvimento. Nova Antígona, este cadáver reclama pelos seus membros desaparecidos: nas valas, nas memórias e no senso comum. Neste cenário, o além inverte seus ministros e regiões, e adquire um sentido civil,  de invenção do presente e da comunidade. Emerged from a magazine photograph, a shattered corpse acquires the survival of the language. It is an illegible corpse, which can only talk in death. Its parodic enunciation evades the complicities of representation that characterize the Peruvian internal war discourse. It is a puppet facing the unrepresentativeness of violence and it builds its itinerary as a clash with the power discourse, which includes anthropology, media, politics (literature and the critic are also compromised by an intellectual discourse as a means of domination). They promote oblivion as a solution for development. As a new Antigone, this corpse claims for its missing members: in the mass graves, in the memories and in the common sense. In this scenario, the afterlife changes its ministers and regions, and acquires a civil sense, of present and community invention

    Similar works