"Ouça sempre o outro lado": a pluralidade de fontes na perspectiva dos manuais de redação

Abstract

No presente trabalho analisamos como os manuais de redação dos jornais brasileiros Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, O Globo, Zero Hora e Estado de Minas abordam o acionamento de fontes jornalísticas e a ideia de pluralidade de versões como forma de garantir isenção e objetividade às narrativas jornalísticas. Considerando a noção de serviço público exigida do jornalismo e o dever de dar conta de todas as perspectivas do fato noticiado, o objetivo é compreender como esse tipo de material normativo orienta os profissionais sobre o tema. Observamos que as orientações trazidas pelos manuais não refletem a complexidade da questão, reduzindo a discussão sobre a necessária pluralidade de fontes e versões a casos controversos e à máxima “ouvir o outro lado”, contribuindo para a perpetuação de rituais estratégicos (TUCHMAN, 2016) não necessariamente eficazes.In the present paper, we have analyzed how the editorial guidelines of the Brazilian newspapers Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, O Globo, Zero Hora, and Estado de Minas approach the activation of journalistic sources and the idea of plurality of versions as a way of guaranteeing neutrality and objectivity to journalistic narratives. Considering the notion of public service required by the journalism and the obligation of accessing all the perspectives of the reported fact, the objective is to comprehend how this type of normative material leads the professionals about the topic. We have observed that the guidance brought by the editorial guidelines do not reflect the issue’s complexity, reducing the discussion about the necessary plurality of sources and versions to controversial cases and also to the ideal “listen to the other side”, contributing to the perpetuation of strategic rituals that are not necessarily effective

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