Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas
Abstract
Este artigo parte do seminal texto de Gayatri Chakravorty Spivak, Pode o Subalterno Falar? para refletir sobre as impossibilidade de fala, mas também de escuta. Para tal abordagem, retomamos as discussões sobre ideologia presentes na obra da teórica indiana e seus desdobramos sobre o problema do subalterno. Assim, sendo um problema que se inscreve na linguagem, acionamos teóricos com afinidade com a autora, notadamente Judith Butler e Jacques Derrida, para pensarmos sobre os paradoxos que nascem tanto em certa sujeição ideológica quanto na apropriação da linguagem. Nesse sentido, chegamos ao problema da tradução, entendida como um procedimento social e ético. A tradução, assim, se torna condição necessária para que o subalterno tenha alguma possibilidade de fala