Ficando livre: as alforrias em Campinas no século XIX

Abstract

Através da análise de 2.093 cartas de alforria levantadas em Campinas, para o período de 1798 a 1888, pretende-se estudar o alforriado "padrão", tal como apresentado pela historiografia sobre o tema. Analisam-se as caracterÍsticas do alforriado (sexo, cor etc.) e da alforria (onerosa ou gratuita). Conclui-se que enquanto a maioria da população escrava era masculina, negra, crioula, em idade produtiva e sem profissão qualificada, as alforrias registradas eram na maior parte de escravas mulatas, crioulas, muito jovens ou muito velhas e empregadas no serviço doméstico. Esse quadro modificou-se nas últimas décadas da escravidão, aproximando-se o padrão do alforriado ao da população escrava.The purpose of this work is to study the "standard" freedman as he is presented by the historiography, through the analysis of 2.093 cartas de alforria found in Campinas in the 1798-1888 period. The characteristics of the freedman are studied (sex, colour etc), as well as the characteristics of the manumissions (freely given or purchased). The conclusions are that while most slaves were male, black, creole, adults of working age and unskilled, the manumissions registered were mostly of female, mulatto, Creole slaves, very young or very old and working in domestic services. This picture changed in the last decades of slavery, when the characteristics of the freedmen became similar to those of the slave population

    Similar works