Universidade de São Paulo. Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade
Abstract
O leitor bem pode indagar porque nos propomos novamente a ab rir o debate acerca dos determinantes da distribuição de renda durante a década de 1960. Primeiro, julgamos dispor de uma maneira melhor de esclarecer os efeitos distributivos do crescimento macroeconômico e da política repressiva de salário do que a utilizada no debate original. Segundo, queremos discutir a interpretação em termos de bem-estar a respeito das mudanças na desigualdade avaliada numa economia em crescimento. Não há dúvida de que a renda se tomou mais desigualmente distribuída, no Brasil, durante os anos 60. Isso significa que a distribuição em 1970 foi pior que na década de 1960, num sentido de bem-estar social. Boa parte da discussão do modelo brasileiro ignora essa exigência e simplesmente equipara um aumento na desigualdade a uma piora na distribuição. Tais conclusões normativas são baseadas implicitamente em funções de bem-estar social particulares. Funções alternativas levam a conclusões normativas muito diferentes, dado o mesmo conjunto de fatos objetivos. P ara entender realmente as implicações do “modelo brasileiro” em termos de bem-estar sociais, os economistas terão que considerar explicitamente a composição da função de bem-estar social, embora qualquer função desse tipo seja subjetiva. A parte final de nosso trabalho contêm algumas modestas incursões nesta direção