PURPOSE: Hyperglycemia and abnormal glucose tolerance tests observed in some patients with chronic Chagas' disease suggest the possibility of morphological changes in pancreatic islets and/or denervation. The purpose of this study was to describe the morphology and morphometry of pancreatic islets in chronic Chagas' disease. METHODS: Morphologic and computerized morphometric studies were performed in fragments of the head, body, and tail regions of the pancreas obtained at necropsies of 8 normal controls and 17 patients with chronic Chagas' disease: 8 with the digestive form (Megas) and 9 with the congestive heart failure form. RESULTS: The Megas group had a larger (p < 0.05) pancreatic islet area in the tail of the pancreas (10649.3 ± 4408.8 µm²) than the normal control (9481.8 ± 3242.4 µm²) and congestive heart failure (9475.1 ± 2104.9 µm²) groups; likewise, the density of the pancreatic islets (PI) was greater (1.2 ± 0.7 vs. 0.9 ± 0.6 vs. 1.9 ± 1.0 PI/mm², respectively). In the tail region of the pancreas of patients with the Megas form, there was a significant and positive correlation (r = +0.73) between the area and density of pancreatic islets. Discrete fibrosis and leukocytic infiltrates were found in pancreatic ganglia and pancreatic islets of the patients with Chagas' disease. Trypanosoma cruzi nests were not observed in the examined sections. Individuals with the Megas form of Chagas' disease showed increased area and density of pancreatic islets in the tail of the pancreas. CONCLUSION: The observed morphometric and morphologic alterations are consistent with functional changes in the pancreas, including glycemia and insulin disturbances.OBJETIVO: Hiperglicemia e anormalidades em testes de tolerância à glicose, observadas em alguns pacientes chagásicos crônicos, sugerem um possível papel de alterações morfológicas e desnervação de ilhotas pancreáticas (IP). Nosso objetivo foi descrever a morfologia e a morfometria de ilhotas pancreáticas na doença de Chagas crônica. MÉTODOS: Estudo morfológico e morfometria computadorizada foram realizados em fragmentos da cabeça, corpo e cauda de pâncreas obtidos em necropsias de oito controles normais e dezessete pacientes chagásicos crônicos; oito com a forma digestiva (Megas) e nove com o quadro clínico de insuficiência cardíaca congestiva. RESULTADOS: O grupo Megas mostrou ilhotas pancreáticas de maior (p < 0,05) área na cauda do pâncreas (10.649,3 ± 4.408,8 µm²) do que os controles normais (9.481,8 ± 3.242,4 µm²) e que o grupo com insuficiência cardíaca congestiva (9.475,1 ± 2.104,9 µm²); o mesmo ocorrendo com a densidade das ilhotas na cauda do pâncreas (respectivamente, 1,2 ± 0,7 vs. 0,9 ± 0,6 vs. 1,9 ± 1,0 IP/mm²). Na cauda do pâncreas dos casos com Megas, houve correlação positiva e significante (r = + 0,73) entre a área e a densidade das ilhotas pancreáticas. Discreta fibrose e infiltrados leucocitários foram vistos nas ilhotas e em gânglios pancreáticos dos pacientes chagásicos. Ninhos de Trypanosoma cruzi não foram observados nos cortes examinados. Indivíduos com a forma Megas da doença de Chagas mostraram aumento da área e da densidade das ilhotas na cauda do pâncreas. CONCLUSÃO: As alterações morfológicas e morfométricas observadas são consistentes com alterações funcionais do pâncreas, incluindo distúrbios da glicemia e da insulinemia