Telarca precoce: identificação de dados clínicos e laboratoriais preditivos para o diagnóstico de puberdade precoce

Abstract

OBJETIVO: A fim de distinguir o quadro de telarca precoce, benigno e auto-limitado, do início de um processo de puberdade precoce verdadeira estudamos, retrospectivamente, dois grupos de meninas com desenvolvimento mamário prematuro, buscando identificar parâmetros clínicos, radiológicos e laboratoriais relacionados a cada quadro. MÉTODOS: A evolução clínica de 88 meninas que apresentaram broto mamário antes dos 6,1 anos de idade foi analisada e classificada, segundo a progressão dos caracteres sexuais secundários, em um grupo portador de "Telarca Precoce Isolada" (n = 63) e um grupo portador de "Puberdade Precoce" (n = 25). Foram analisados idade cronológica, estatura inicial e velocidade de crescimento em percentis, idade óssea, tomografia computadorizada de hipotálamo-hipófise, ultra-sonografia pélvica, resposta gonadotrófica ao teste de estímulo pelo hormônio liberador do hormônio luteinizante, assim como níveis basais dos hormônios luteinizante, folículo-estimulante, estradiol e prolactina nos dois grupos. A análise estatística foi realizada pelo teste t de Student para comparação entre médias e pelos testes do chi² e exato de Fisher para variáveis não paramétricas. RESULTADOS: A telarca precoce isolada afetou meninas menores de 2 anos, com resposta exagerada de hormônios luteinizante, folículo-estimulante no teste do hormônio liberador do hormônio luteinizante. O grupo puberdade precoce apresentou estatura inicial mais elevada, aceleração da velocidade de crescimento e da idade óssea, aumento dos volumes uterino e ovariano, níveis de hormônios luteinizante basais elevados pelo ensaio imunofluorimétrico, com resposta exagerada de hormônios luteinizante e aumento da relação de pico/hormônios luteinizante, folículo-estimulante no teste do hormônio liberador do hormônio luteinizante. CONCLUSÃO: Frente a um quadro de desenvolvimento mamário prematuro, a presença de idade óssea avançada e aumento dos volumes uterino e ovariano à ultra-sonografia pélvica sugerem puberdade precoce verdadeira, que deverá ser confirmada por resposta predominante do hormônio luteinizante no teste de estímulo com hormônio liberador do hormônio luteinizante.PURPOSE: Two groups of girls with premature breast development were studied retrospectively. We tried to identify clinical, radiological, and hormonal parameters that could distinguish between a benign, nonprogressive premature thelarche and a true precocious puberty. METHODS: The clinical outcome of 88 girls with breast enlargement before 6.1 years of age was analyzed. Taking into account the progression of their sexual maturation, we allocated the children into 2 groups: "Isolated Premature Thelarche" (n = 63) and "Precocious Puberty" (n = 25) groups. Chronological and bone ages, height and growth velocity centiles, computerized tomography of hypothalamus-pituitary area, pelvic ultrasonography, gonadotropin response to luteinizing hormone-releasing hormone stimulation as well as basal levels of luteinizing hormone, follicle-stimulating hormone, estradiol, and prolactin were studied in both groups. Statistical analysis were performed using the Student t test to compare the sample means. Fisher's exact test and chi² test were used to analyze the nonparametric variables. RESULTS: Isolated premature thelarche most frequently affected girls younger than 2 years who presented exaggerated follicle-stimulating hormone response to luteinizing hormone-releasing hormone stimulation test. The precocious puberty group had higher initial stature, accelerated growth rate and bone age, increased uterine and ovarian volumes, high spontaneous luteinizing hormone levels by immunofluorimetric assay, as well as a high luteinizing hormone response and peak luteinizing hormone/follicle-stimulating hormone ratio after luteinizing hormone-releasing hormone stimulation. CONCLUSION: At initial presentation, girls who undergo true precocious puberty present advanced bone age, increased uterine and ovarian volumes in addition to breast enlargement, as well as an luteinizing hormone-predominant response after a luteinizing hormone-releasing hormone stimulation test

    Similar works