Comparado aos demais países do mundo, o Brasil ocupa o segundo lugar em número de transplantes renais por ano. Considerando, entretanto, suas dimensões continentais, quando se analisa o número de transplantes por milhão de população, ocupa apenas o trigésimo terceiro lugar. Muitos fatores contribuem para este fato. A legislação que regulamenta doação de órgãos e transplantes no Brasil é bastante recente e foi criada com quase 10 anos de atraso quando comparado com outros países que ocupam primeiras posições na lista de efetividade de sistemas de captação. Uma enorme heterogeneidade na distribuição regional de centros de transplantes com cerca de 25% dos estados brasileiros com atividade mínima ou nula em termos destes procedimentos é também motivo de preocupação. Observa-se uma baixa efetividade dos mecanismos de procura de órgãos com índices de notificação de potenciais doadores falecidos muito baixos na maior parte do país. O pouco conhecimento da população sobre o conceito e segurança do diagnóstico de morte encefálica e do processo de doação, fazem com que, apesar do uso de critérios bastante rigorosos para este diagnóstico, a principal causa da não conversão de doador potencial para doador efetivo, seja a recusa familiar. Em termos de sobrevida do enxerto e do paciente, os índices brasileiros são comparáveis a centros norte americanos e europeus. A taxa de sobrevida de cinco anos do enxerto é de 86% para doador vivo e 73% para falecido. A sobrevida de cinco anos é de 94% para receptores de rins de doador vivo e de 86% para doador falecido. Enquanto países europeus e os Estados Unidos procuram por estratégias alternativas para aumentar o número de transplantes renais como o uso de doadores em parada cardíaca ou a realização de transplantes ABO incompatíveis, o Brasil parece ter muito a progredir simplesmente investindo em estratégias para tornar o atual modelo mais eficiente.Brazil is the second country in the word in terms of absolute number of renal transplants per year. However, considering its continental dimensions and total population, it occupies only the 33th place in terms of number of procedures per million of habitants. Many factors contribute for this fact. Brazilian legislation regarding organ transplantation is recent and was created with an average delay of 10 years compared to countries in the top of the efficiency list. Also, an enormous heterogeneity in distribution of renal transplant centers among Brazilian states also is a point of concern and in almost 25% of them there is none or only a few number of these procedures. In addition, a low rate of potential deceased donors notification aggravate this situation. Another point is that there is poor understanding of the population in regards to the brain death concept and deceased donation process lead to a low rate of conversion from a potential to an effective donor. In spite of using very rigid criteria to diagnosis of brain death, the major cause of this failure is family deny. In terms of patient and graft survival, Brazilian numbers are similar of United States and European centers. Five years graft survival rate is 86% for live donation and 73% for deceased. Five years recipient survival is 94% for live and 86% for deceased donors. While European countries and United States are looking for alternative strategies to increase number of renal transplantations as non heart beat and ABO incompatible donation, Brazil seams to have a lot to progress simply investing on strategies to make the actual model more efficient