Variações no calibre das varizes esôfago-gástricas após tratamentos cirúrgicos de hipertensão portal

Abstract

Um dos mais importantes fatores que levam à hemorragia digestiva por hipertensão portal é o calibre das varizes esôfago-gástricas. Visamos, no presente trabalho, avaliar endoscopicamente as variações de calibre antes e após diferentes cirurgias de hipertensão portal, realizadas em 73 pacientes com esquistossomose hépato-esplênica, no contexto de um estudo controlado e aleatorizado, sendo 24 deles submetidos a Anastomose Espleno-Renal (AER), 24 a Descompressão Portal Seletiva (DPS) e 25 a Desconexão Azigo-Portal com Esplenectomia (DAPE). As avaliações endoscópicas foram realizadas antes e até 10 anos após as cirurgias. O calibre das varizes foi classificado, segundo Palmer como de grau 1- até 3mm, grau 2 de 3 a 6 mm e grau 3 quando maiores do que 6mm de diâmetro, analizadas em quatro localizações anatômicas a saber: terços inferior, médio e superior do esôfago e estômago proximal. A somatória do número de pontos na gradação pré-operatória menos a somatória dos pontos na gradação evolutiva forneceu um número correspondente ao diferencial, que permitiu a comparação estatística entre os diferentes grupos cirúrgicos. Na avaliação qualitativa, bons resultados, correspondendo ao desaparecimento ou diminuição do calibre da varizes, foram encontrados mais freqüentemente após a AER do que DPS ou DAPE - respectivamente 95,8%, 83,3% e 72%. A análise estatística dos diferenciais de gradação demonstrou diferença estatisticamente significante favorecendo a AER em relação à DAPE, não havendo diferenças entre AER e DPS. Em conclusão, as cirurgias de anastomose ("shunt") foram mais eficientes do que a desvascularização, em termos de diminuir o calibre de varizes esôfago-gástricas.The size of gastroesophageal varices is one of the most important factors leading to hemorrhage related to portal hypertension. An endoscopic evaluation of the size of gastroesophageal varices before and after different operations for portal hypertension was performed in 73 patients with schistosomiasis, as part of a randomized trial: proximal splenorenal shunt (PSS n=24), distal splenorenal shunt (DSS n=24), and esophagogastric devascularization with splenectomy (EGDS n=25). The endoscopic evaluation was performed before and up to 10 years after the operations. Variceal size was graded according to Palmer's classification: grade 1 -- up to 3 mm, grade 2 -- from 3 to 6 mm, grade 3 -- greater than 6 mm, and were analyzed in four anatomical locations: inferior, middle or superior third of the esophagus, and proximal stomach. The total number of points in the pre-operative grading minus the number of points in the post-operative grading gave a differential grading, allowing statistical comparison among the surgical groups. Good results, in terms of disappearance or decrease of variceal size, were observed more frequently after PSS than after DSS or EGDS - 95.8%, 83.3%, and 72%, respectively. When differential grading was analyzed, a statistically significant difference was observed between PSS and EGDS, but not between proximal and distal splenorenal shunts. In conclusion, shunt surgeries were more efficient than devascularization in diminishing variceal size

    Similar works