Avaliação epidemiológica da hanseníase e dos serviços responsáveis por seu atendimento em Ribeirão Preto - SP no ano de 1992

Abstract

A partir de dados registrados na planilha epidemiológica de hanseníase, instituída pelo Ministério da Saúde, sobre os casos atendidos no Município de Ribeirão Preto-S.P., buscou-se traçar um perfil epidemiológico da hanseníase, no ano de 1992, e avaliar a eficácia dos serviços responsáveis pela assistência aos hansenianos. Encontrou-se um coeficiente de prevalência de 1,72/1000 habitantes, pouco abaixo do coeficiente nacional de 1992 (1,78/1000 habitantes), e superior àquele preconizado pela O.M.S. para definir áreas de baixa prevalência (0,2/1000 habitantes). A maioria dos casos (65,4%) era de formas multibacilares, e o esquema terapêutico predominante foi o DNDS (apesar das recomendações do Ministério da Saúde). Detectou-se, também, que cerca da metade dos pacientes não recebeu avaliação de incapacidades durante o ano, havendo 60% dos pacientes com incapacidades de graus II e III, entre os que saíram do programa por alta, por cura e foram avaliados quanto a incapacidades, apesar do comparecimento dos pacientes ter sido satisfatório. Com base em tais resultados inquietantes, os autores propõem a descentralização do atendimento para as Unidades Básicas de Saúde, aproximando o serviço à comunidade. Encaminhamentos a serviços de nível secundário e terciário seriam feitos apenas para determinação diagnóstica mais apurada, e na ocorrência de complicações. Grupos terapêuticos com orientação multiprofissional e multidisciplinar deveriam ser formados para discutir o estigma e formas de reintegrar, socialmente, os pacientes.Analysis of governmental data collected in health services of Ribeirão Preto City in 1992 was made with the purpose of evaluate the leprosy epidemiology and the efficacy of leprosy health services. It was found a prevalence of 1,72 /1000 habitants, that was lower than the brazilian national prevalence in 1992 (1,78 /1000 habitants), and higher than the W.H.O. definition for low prevalence areas (0,2 /1000 habitants). The majority of patients (65,4%) was multibacillary leprosy, and the predominant therapeutics was monoquimiotherapy (despite the W.H.O. recomendations); there was satisfactory patient attendance, but approximately the half of the patients had not evaluations of their disabilities in the year, and 60% of them had sequelae. The proposition is to centralize the assistance in Basic Health Care Facilities, approximating the service to community; the participation of medical specialists and more advanced technology would be employed only to improve the diagnosis or in complications in the course of the treatment. The therapy would be applied in groups of patients, in search for social reintegration and health education

    Similar works