Alterações eletrocardiográficas na intoxicação aguda por antidepressivo tricíclico e suas implicações clínicas

Abstract

Introduction: The acute poisoning by tricyclic antidepressants is common in emergency rooms. Abnormalities in 12-lead electrocardiogram (ECG) are associated with this type of poisoning, with diagnostic and prognostic implications. The ECG may have incremental value especially in situations of altered consciousness, seizures or heart rhythm disturbances associated. Objective: To review the electrocardiographic changes described in tricyclic antidepressant poisoning and to establish their prognostic implications in the management of this condition. Methods: Bibliographic search in MEDLINE (PubMed) limited to articles published between 1980 and 2010 in English, using key words (tricyclic antidepressant overdose OR tricyclic antidepressant intoxication OR tricyclic antidepressant poisoning OR tricyclic antidepressant ingestion AND electrocardiography). Of the 133 articles identified, 44 were selected for review. Results: We identified prevalent as changes with diagnostic power in descending order the following findings: deviation of 40 ms terminal of QRS to the right of the frontal plane (from 61.0 to 83.0%), sinus tachycardia (40.7 to 57.7 %), QTc prolongation (8.2 to 53.0%), ratio R / S in aVR> 0.7 (28.8 to 32.9%), prolongation of QRS (8.2 to 21.3% ) and Brugada-pattern, the evidence is sparse, but suggestive of a greater chance of seizures and hypotension. Conclusion: The ECG is an instrument easily performed in the emergency room, providing diagnostic and prognostic information for poisoning by tricyclic and should be performed in all patients with suspicion of intoxicationIntrodução: A intoxicação aguda por antidepressivos tricíclicos é comum nas salas de emergência. Anormalidades no eletrocardiograma de 12 derivações (ECG) são associadas a este tipo de intoxicação, com implicações diagnósticas e prognósticas. O ECG pode ter valor incremental principalmente em situações de alteração de consciência, convulsões ou distúrbios do ritmo cardíaco associado. Objetivo: Revisar as principais alterações eletrocardiográficas descritas na intoxicação por antidepressivos tricíclicos e estabelecer suas implicações prognósticas no manejo desta condição clínica. Metodologia: Pesquisa bibliográfica no MEDLINE (PubMEd) limitada aos artigos publicados entre 1980 e 2010 em língua inglesa, utilizando-se unitermos (tricyclic antidepressant overdose OR tricyclic antidepressant intoxication OR tricyclic antidepressant poisoning OR tricyclic antidepressant ingestion AND electrocardiography). Dos 133 artigos identificados, foram selecionados 44 para a revisão.  Resultado: Foram identificados como alterações prevalentes com poder diagnóstico em ordem decrescente os seguintes achados: desvio dos 40 ms terminais do QRS para a direita do plano frontal (61,0-83,0%), taquicardia sinusal (40,7-57,7%), prolongamento do QTc (8,2-53,0%),relação R/S em aVR>0,7 (28,8-32,9%), prolongamento do QRS (8,2-21,3%) e padrão Brugada-like (2,3-15,3%).  Destes achados, somente o prolongamento do QRS foi prognóstico para morte, convulsão e arritmia e o prolongamento do QTc e a relação R/S em aVR>0,7 para arritmia ventricular. Para o padrão Brugada-like , as evidências são escassas, mas sugestivas de maior chance de convulsão e hipotensão. Conclusão: O ECG é um instrumento de fácil realização na sala de urgência, fornecendo informações diagnósticas e prognosticas para a intoxicação por tricíclicos, devendo ser realizado em todo paciente com suspeita desta intoxicação.

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