Ações de valor e de crescimento no Brasil: riscos e retornos de carteiras uni e bidimensionais em diferentes estados da economia

Abstract

For empirical purposes, value stocks are usually defined as those traded at low price-to-earnings ratios (stock prices divided by earnings per share), low price-to-book ratios (stock prices divided by book value per share) or high dividend yields (dividends per share divided by stock prices). Growth stocks, on the other hand, are traded at high price-to-earnings ratios, high price-to-book ratios or low dividend yields. Academic research so far produced, international and Brazilian alike, shows that value stocks outperform growth stocks, challenging the Efficient Market Hypothesis, which states that the market prices of traded stocks are the best estimate of their intrinsic values. Most studies use a single ratio to sort stocks on percentiles; risks (generally defined as beta or standard deviations) and returns are then calculated for the resulting value and growth portfolios. In the present paper, we aim to further contribute to the growing literature on the field by applying a method not previously tested on the Brazilian market. We build portfolios sorted by the price-to-earnings and price-to-book ratios alone and by a combination of both in order to assess value and growth stocks' risks and returns on the Brazilian stock market between 1989 and 2009. Furthermore, our risk analysis may be regarded as the paper's main contribution, since its approach departs from conventional risk concepts, as we not only test for beta: portfolios' returns are measured under different economic conditions. Results support a pervasive value premium in the Brazilian stock market. Risk analysis shows that this premium holds under every economic condition analyzed, suggesting that value stocks are indeed less risky. Beta proved not to be a satisfactory risk measure. Portfolios sorted by the price-to-earnings ratio yielded the best results.Para fins de pesquisas empíricas, ações de valor são geralmente definidas como aquelas negociadas a baixos índices preço/lucro (preço da ação dividido pelos lucros por ação), baixos índices preço/valor patrimonial (preço Cont da ação dividido pelo valor patrimonial por ação) ou altos dividend yields (dividendos por ação divididos pelo preço da ação). Ações de crescimento, por outro lado, são aquelas negociadas a altos índices preço/lucro, altos índices preço/valor patrimonial ou baixos dividend yields. Pesquisas acadêmicas brasileiras e internacionais mostram que as ações de valor têm melhor desempenho do que as de crescimento, contrariando a Hipótese de Mercados Eficientes, que estabelece que os preços de mercado das ações são as melhores estimativas de seus valores intrínsecos. A maioria dos estudos utiliza um único múltiplo para classificar carteiras em percentis; riscos (geralmente definidos como coeficiente beta ou desvio-padrão) e retornos são então calculados para as carteiras de valor e de crescimento. No presente paper, busca-se contribuir para a crescente literatura sobre o tema empregando uma metodologia ainda não testada no mercado brasileiro. Construíram-se carteiras classificadas pelos índices preço/lucro e preço/valor patrimonial, isoladamente e em conjunto, para calcular riscos e retornos no mercado acionário brasileiro no período 1989-2009. Ademais, a análise de risco pode ser considerada a principal contribuição do paper, uma vez que a abordagem diverge de tradicionais métricas de risco, já que não se testou apenas o coeficiente beta: os retornos das carteiras são medidos em diferentes estados da economia. Os resultados indicam um consistente prêmio de valor no mercado acionário brasileiro. A análise de risco mostra que esse prêmio ocorre em todos os estados da economia analisados, o que sugere que as ações de valor são realmente menos arriscadas. O beta não se mostrou uma medida satisfatória de risco. As carteiras classificadas pelo índice preço/lucro produziram os melhores resultados

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