A antropologia contribui para a pesquisa em psicanálise? Sobre o perspectivismo e a experiência psicanalítica

Abstract

This article intends to discuss the implications of certain questions posed by Amerindian perspectivism to psychoanalytical experience. That’s because a central question of perspectivism raised by Viveiros de Castro can be transposed to the field of psychoanalysis: how to create conditions for ontological self-determination of the other when we all have our ontological presuppositions? Following the author’s claim that the anthropologist should make a good enough description, an articulation is traced with the experience in psychoanalysis from considerations raised by Winnicott’s theory. Finally, to illustrate the discussed issues, an experience report in clinical research is presented.O artigo visa discutir as implicações de certas questões colocadas pelo perspectivismo ameríndio para a experiência psicanalítica. Isso porque uma pergunta central do perspectivismo levantada por Viveiros de Castro pode ser deslocada para o campo psicanalítico, a saber: como criar condições para autodeterminação ontológica do outro quando todos nós temos nossos pressupostos ontológicos? Acompanhando a aposta do autor de que o antropólogo deve fazer uma descrição suficientemente boa, traça-se uma articulação com a experiência em psicanálise a partir de considerações suscitadas pela teoria winnicottiana. Por fim, para ilustrar as questões discutidas, apresenta-se um relato de experiência em pesquisa clínica a partir da psicanálise

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